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quarta-feira, 3 julho, 2024

Unidade e integração, apelo da Celac Social

Manágua (Prensa Latina) Com um apelo à unidade e à integração regional como ferramenta essencial para se afastar da tutela imperialista, o segundo fórum social da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) reuniu-se em Honduras.

Por Yosbel Bullaín

Correspondente-chefe na Nicarágua

A Celac Social foi realizada de 27 a 29 de junho e contou com a participação de mais de 400 organizações políticas de esquerda e movimentos sociais da América Latina e do Caribe, como o Fórum de São Paulo e o Grupo Puebla, entre outros.

Tópicos como liberdade de expressão vs. As notícias falsas, a luta pela autodeterminação contra o colonialismo e o neocolonialismo, bem como seminários sobre mulheres e jovens, mesas temáticas sobre educação, defesa da terra, dignidade laboral e judicialização da política e outros, centraram os debates.

A reunião foi realizada no âmbito da comemoração do 15º aniversário do golpe de Estado contra o então presidente Manuel Zelaya e do décimo quinto aniversário do início da resistência popular hondurenha.

Com a presença de mais de 300 delegados internacionais, a reunião defendeu colocar “os nossos próprios processos históricos de luta e emancipação” no centro.

Ele destacou a necessidade de moldar um verdadeiro programa de socialismo democrático sobre a reafirmação da soberania popular, capacitando as pessoas sobre o seu próprio destino. Acrescentou que os bens naturais não podem ser submetidos à lógica dos mercados e que a luta cultural é fundamental para a defesa das pessoas. Aludiu à necessidade de assumir uma posição activa face às ameaças da chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, Laura Richardson, que em diversas ocasiões expressou desejos imperiais pelos bens e territórios comuns da região.

“Dezenas de bases e outras instalações dos EUA ainda persistem em muitos dos nossos países, o horizonte comum deve ser a desmilitarização e a plena soberania”, enfatizou.

NÃO À INTERFERÊNCIA

Segundo a declaração aprovada no final do conclave, a interferência violenta dos Estados Unidos na área continuou desde a independência formal, que foi formalizada com a doutrina Monroe, uma política atual.

“Nestes tempos de declínio do seu poder imperialista, intensifica as suas formas violentas de todos os tipos contra as organizações populares da região, mas acima de tudo, concentrando os seus ataques nos governos populares”, destacou o comunicado.

Segundo o texto, isto traduz-se na demonização dos seus dirigentes e dirigentes para desacreditar estes processos, na desestabilização e nos ataques às suas democracias participativas e dirigentes e na tentativa permanente de gerar cenários de guerras civis e disfarçar golpes de Estado.

COMUNICAÇÃO POPULAR

Como parte das iniciativas, os delegados da Celac Social pediram o fortalecimento dos canais de comunicação popular na região e defenderam uma estratégia abrangente para construir suas próprias agendas de comunicação.

Nesse sentido, afirmaram que para garantir a soberania tecnológica e comunicativa, os povos precisam coordenar no continente uma estratégia integral de luta política e democrática que acrescente ao território digital.

Lembraram que os golpes de Estado na América Latina não teriam sido possíveis se não houvesse o apoio dos meios de comunicação hegemônicos, daí a importância de fortalecer os canais de comunicação popular.

APOIO A CUBA, NICARÁGUA E VENEZUELA

O segundo fórum da Celac social foi também uma plataforma para exigir o fim do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba durante mais de seis décadas, e para excluir a nação caribenha da falsa lista de países que supostamente patrocinar o terrorismo.

Da mesma forma, afirmaram que é necessária uma Celac vigorosa e com capacidade de ação para exigir o levantamento das medidas unilaterais impostas por Washington e seus aliados contra nações como Venezuela e Nicarágua.

Por outro lado, instaram o bloco regional a ser energizado não como uma mera declaração de que a América Latina é uma zona de paz, mas sim a avançar em direcção a mais soberania e direitos para os povos “através de uma abordagem distributiva, política, cultural, económica, agenda social.” , saúde, educação, meio ambiente e energia.”

APOIO A HONDURAS 15 ANOS APÓS O GOLPE

Organizações políticas e movimentos sociais de esquerda na América Latina e nas Caraíbas destacaram o exemplo da resistência hondurenha 15 anos após o golpe de Estado contra o então presidente Manuel Zelaya e reiteraram o seu apoio à nação centro-americana.

Durante o evento da data, a governante hondurenha Xiomara Castro expressou aos delegados da Celac Social que eles nunca descansaram até derrotarem a ditadura das drogas.

Do instituto central Vicente Cáceres, na capital hondurenha, o chefe de Estado acrescentou que 12 anos e sete meses de narcoditadura foram testemunhas de que um povo organizado com resistência é invencível.

“É impossível esquecer que enquanto os militares assaltavam a nossa casa e sequestravam o Presidente Manuel Zelaya com recurso à força bruta das armas, um grupo de magistrados e deputados traidores impôs um ditador que reprimiu e assassinou o nosso povo e saqueou os cofres do Estado”, lembrou. .

A primeira mulher presidente das Honduras comentou que através de parcerias público-privadas e privatizações, a ditadura das drogas abandonou a saúde, a educação e a segurança do povo.

Castro destacou as diferentes conquistas alcançadas pelo governo socialista democrático e destacou que estão fazendo investimentos milionários como nunca antes na história de Honduras.

“Travei a privatização da Empresa Nacional de Energia Elétrica, estamos restaurando os direitos das classes trabalhadoras, resgatando as empresas públicas e combatendo de frente a criminalidade e a corrupção”, frisou.

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