© Sputnik / Sergei Guneev
Sputnik – Kiev lançou uma contraofensiva massiva em junho de 2023, na esperança de romper posições russas fortificadas em Zaporozhie, Kherson e Donbass e chegar à península da Crimeia. Em novembro, o principal general da Ucrânia admitiu que não haveria um “avanço nem bonito nem profundo” e disse que o conflito tinha chegado a um “impasse”.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira (16) que o principal objetivo por trás dos ataques da Ucrânia a instalações civis dentro da Rússia é mostrar aos seus patrocinadores que Kiev ainda tem capacidade de responder às ações de Moscou.
“As pessoas perguntam frequentemente por que as autoridades de Kiev estão bombardeando cidades e vilas pacíficas? […] Por que estão fazendo isso? Há uma resposta. […] Para mostrar ao seu povo e aos seus patrocinadores […] que são capazes de responder às ações da Rússia […]. Então eles estão tentando mostrar que também podem fazer alguma coisa”, disse Putin durante uma reunião com autoridades locais.
Os militares ucranianos falharam em sua contraofensiva e, se esta continuar, a condição de Estado da Ucrânia poderá ser posta em causa, disse o presidente russo.
“Uma das principais tarefas de tais ataques é desviar a atenção da sua própria população e dos patrocinadores do completo fracasso da chamada contraofensiva. Completo e absoluto [fracasso]. Quanto a este processo de negociação, é uma tentativa de nos encorajar a abandonar os ganhos que obtivemos no último ano e meio. Mas isso é impossível, todos entendem que isso é impossível.[…] Se o que está acontecendo agora continuar, o que está acontecendo agora, e agora é bastante óbvio, não apenas a sua contraofensiva falhou, mas a iniciativa está nas mãos das Forças Armadas russas, se isto continuar, então o Estado ucraniano poderá sofrer um golpe irreparável e muito sério”, disse Putin durante a reunião.
O líder russo também reiterou que Kiev rejeitou as negociações com Moscou e que “tudo teria acabado há muito tempo”.
“Ao se recusarem a negociar, [porque] eles também se recusaram a negociar, […] nós concordamos em tudo […] e eles dizem diretamente, e se tivéssemos chegado a isso, tudo já teria terminado há muito tempo, há um ano e meio”, disse Putin durante uma reunião com autoridades locais
Ao recordar os passos dados pela Rússia na direção da construção de um acordo durante os primeiros meses após o lançamento da operação militar especial, Putin lembrou que o Reino Unido teve um papel determinante para o prosseguimento do processo.
“Eles disseram publicamente, o líder deste grupo de negociações [ucraniano], e ele também é líder do partido governante no parlamento, [a Suprema] Rada. Ele disse: ‘Nós estávamos prontos e deixamos passar [a chance] já que veio o então premiê britânico, o senhor [Boris] Johnson e nos convenceu a não cumprir tais acordos.’ São uns idiotas, não?” enfatizou Putin.