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quinta-feira, 25 abril, 2024

Cuba alerta, mas sem pânico, diante de um novo coronavírus SARS-CoV-2

Havana, 19 de março (Prensa Latina) Daniela está em Santiago de Cuba e Marcela está se recuperando em casa de uma recente intervenção cirúrgica, enquanto as autoridades cubanas informaram hoje sobre novas medidas de controle de saúde nas fronteiras antes do Covid-19.
Seus pais, embora preocupados, como toda Cuba, com a ameaça real que a doença implica, apelam para um sétimo sentido – desenvolvido pelos habitantes da maior das Antilhas – que os faz confiar no plano de confronto elaborado por suas autoridades.

Eles não confiam cega ou negligentemente, mas estão cientes da vasta experiência do sistema de saúde cubano no controle e mitigação de epidemias anteriores, como Ebola e cólera em outros países, em anos anteriores.

Também do rigoroso monitoramento e cumprimento no país dos protocolos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde Pública da ilha, requisitos essenciais para eliminar o contágio e acabar com a doença.

Nesta quinta-feira, Cuba registra 11 pacientes, cinco deles estrangeiros, enquanto 356 são admitidos como suspeitos, dos quais 151 são turistas de outros países, todos estáveis ??e nenhum em situações graves ou com risco de vida.

Para o atendimento de pacientes do Covid-19, o país forneceu 2.474 leitos em 11 hospitais em todo o país e 18 centros de isolamento.

E, embora no momento não exista vacina preventiva ou tratamento específico, o protocolo de medicamentos previsto pelo país inclui 22 produtos médicos cubanos, dos quais possui doses para o tratamento de milhares de pessoas, declarou o presidente do Grupo de Negócios BioCubaFarma, Eduardo Martínez.

Ele garantiu que a indústria farmacêutica nacional garante a produção de medicamentos já comprovados e altamente eficazes na China, como o interferão humano recombinante alfa 2B, além de outro grupo de medicamentos para atender pacientes com esta doença.

É por isso que não é estranho que, enquanto muitos países fechem e tranquem suas casas e os governos imponham toque de recolher, em Cuba a vida não flua no ritmo habitual, mas com a dinâmica de um país calmo e distante da histeria global.

A ilha cerra fileiras contra o novo coronavírus SARS-CoV-2 e, como em outros lugares, shows, atividades culturais, grandes eventos esportivos, festivais e reuniões foram suspensos; ao mesmo tempo que as autoridades de saúde pedem diariamente para evitar multidões de pessoas.

Não faltam chamadas para tomar precauções no local de trabalho, na televisão, no rádio e na mídia impressa. Sabe-se que isso não basta, razão pela qual são realizadas reuniões diárias e audiências públicas sobre o novo coronavírus e os perigos da doença em bairros e empregos.

No entanto, pelo menos por enquanto, epidemiologistas, especialistas em resposta a desastres e outros especialistas consideram, como um todo, que não é necessário proibir a entrada e saída de voos de e para a ilha, nem suspender as aulas nas escolas.

O chefe do departamento de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde Pública, José Raúl de Armas, ressaltou nesta quinta-feira em entrevista coletiva que, até que haja transmissão indígena e sua magnitude seja considerada, a entrada por aeroportos, portos e marinas não será impedida.

Cuba teme pelo Covid-19 e o encara como uma questão de segurança nacional, com a seriedade e o profissionalismo que o momento exige, assim como enfrenta há 60 anos as dificuldades e as carências causadas pelo bloqueio dos Estados Unidos contra a ilha.

Apesar dessa guerra econômica, comercial e biológica – lembre-se da ferrugem da cana, da peste suína africana, do mofo azul do tabaco, da dengue e da conjuntivite hemorrágica, entre outras pragas enfrentadas no passado -, a maior das as Antilhas trabalham para lidar com a nova doença.

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