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sábado, 23 novembro, 2024

“Vidas bloqueadas: o custo de ser cubano”

Havana (Prensa Latina) Como medimos a dor de uma pessoa, de uma família ou de um país? Como podemos evitar que as vítimas se tornem estatísticas frias enquanto os seus rostos sofrem os efeitos de uma guerra prolongada?

Por Luís López González

Colaborador da Imprensa Latina

O complexo industrial militar pode dizer-nos exatamente o custo de um míssil, de um tanque ou do mais moderno caça, mas nunca será capaz de contabilizar as consequências e perdas sofridas pelos seus alvos. Nunca poderá nos dizer o verdaeiro valor da vida

A asfixia económica foi implementada como o método preferido de tortura do governo dos Estados Unidos para aqueles que não se submetem. Sessenta e dois anos se passaram desde que o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, assinou a aplicação do bloqueio contra Cuba, uma ordem que foi emitida como sentença de morte e que aperfeiçoou a vil arte do estrangulamento.

Vamos supor por um momento que você tem o poder de eliminar a teia de leis que compõem essa política e impedir os seus danos económicos. Com 15 minutos sem bloqueio, Cuba poderia adquirir aparelhos auditivos para crianças e adolescentes com deficiência que frequentam a educação especial; com meia hora, as cadeiras de rodas elétricas e convencionais deste sistema.

Se suspender o bloqueio por 8 horas, Cuba poderá obter todos os brinquedos e material didático para suas creches; durante 38 horas, a base material de um ano de estudo e, durante 3 dias, garantir a manutenção anual do transporte público em todo o país.

Neste ponto veríamos que o principal obstáculo ao desenvolvimento cubano é, precisamente, a asfixia económica e a perseguição financeira que afetam diretamente o povo.

Ao parar este bloqueio durante 9 dias, poderíamos importar suprimentos médicos e reagentes descartáveis ​​do sistema nacional de saúde, necessários durante um ano. Com 18 dias, a manutenção anual do sistema eletroenergético e, com 25 dias sem apólices dos EUA, teríamos o financiamento necessário para cobrir as necessidades da tabela básica de medicamentos do país durante um ano.

DANOS DO BLOQUEIO DOS EUA. CONTRA CUBA

Cuba já sofre danos acumulados que ascendem a um bilião 499 mil 710 milhões de dólares; (13,8 milhões de dólares diários). Contudo, o custo humano da agressão unilateral, sustentada durante seis décadas, é incalculável.

Mantém-se a linha traçada pelo Subsecretário de Estado Lester Mallory em Abril de 1960: “(…) todos os meios possíveis devem ser rapidamente utilizados para enfraquecer a vida económica de Cuba (…) uma linha de ação que, sendo a mais hábil e discreta possível, alcançar os maiores avanços na privação de dinheiro e suprimentos de Cuba, para reduzir os seus recursos financeiros e salários reais, provocar a fome, o desespero e a derrubada do Governo.

AQUELES QUE APROVEITAM O BLOQUEIO

Não seria necessário muito esforço para compreender que a agressão sustentada também gera os mecanismos apropriados para que um pequeno grupo lucre ao longo dos anos com a guerra, a propaganda e a maquinaria económica que Washington proporciona e que possa finalmente obter favores e reconhecimento político.

Em nome de um povo que desconhecem, sem quaisquer raízes culturais, familiares ou sentimentais, florescem os porta-vozes de plantão e as iniciativas de sanções que atacam aqueles que dizem defender.

O “sequestro” da política para com Cuba que este grupo exerce, mantém imóvel a mão que pode, com a sua assinatura, deter os danos e a injustiça. A rejeição da maioria dos países nas Nações Unidas, a condenação permanente das suas medidas coercivas unilaterais, o apoio à solidariedade global ao nosso país e a exigência de milhões de pessoas que querem “derrubar” o bloqueio não foram suficientes.

As figuras compartilhadas são rostos que enfrentam as adversidades das ruas de Cuba. Estatísticas de homens e mulheres que representam o custo da soberania. Dados que, em última análise, refletem o fracasso em apagar um ideal e a vontade de um povo.

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