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segunda-feira, 16 setembro, 2024

Venezuela em perspectiva: mais eleições estão chegando

 (Foto: Divulgação via Reuters)

Cidade da Guatemala (Prensa Latina) O reeleito presidente Nicolás Maduro, após obter a vitória eleitoral, no último domingo, 28 de julho, anunciou que convocará novas eleições gerais para 335 governos municipais e 23 governos regionais em 25 de agosto.

Ollantay Itzamná*, colaborador da Prensa Latina

Desta forma, apesar do caos violento que a oposição derrotada tentou gerar nas recentes eleições presidenciais, a Venezuela é chamada a ratificar nas urnas a sua vocação pacífica e democrática. Será o 32º processo eleitoral em 25 anos de chavismo.

A oposição sabia e sabe que o único caminho para derrotar Nicolás Maduro e o chavismo é através das urnas. Nem golpes de Estado, nem guerras cognitivas, nem guarimbas, nem tentativas de criação de instituições paralelas ao trabalho do Estado. Neste entendimento, independentemente de Corina Machado ou Edmundo González, serem processados/presos ou não, a oposição venezuelana é obrigada a competir nas urnas, se quiser continuar existindo politicamente. Afinal, ele obteve mais de quatro milhões de votos no último dia 28 de julho.

Em qualquer caso, o quadro político está definido para a oposição: se não participar nas próximas eleições municipais e regionais, ficará ainda mais enfraquecida politicamente e a hegemonia chavista será imposta nos mais de um milhão de quilómetros quadrados do território nacional. território. Se participar, reconhecerá tacitamente os resultados do processo eleitoral do recente 28 de julho, porque é o reeleito Nicolás Maduro quem convoca essas eleições.

Neste difícil desafio político eleitoral, a oposição venezuelana é prejudicada pelo “apoio” que recebe da ditadura de Dina Boluarte do Peru, ou do empobrecido anarco argentino Javier Milei. Pior ainda, o recente fracasso da OEA, na sua tentativa de ignorar os resultados eleitorais de 28 de Julho, é a vitória total de Maduro a nível internacional. Essa reunião da OEA nem deveria ter ocorrido no caso da Venezuela porque este país, desde 2019, já não faz parte formalmente daquela organização.

Sem o procurarmos expressamente, os recentes processos eleitorais na Venezuela obrigam-nos a externalizar a nossa autêntica vocação democrática, tanto às oligarquias venezuelanas e suas congéneres no Continente, como aos povos que optam pela via democrática para avançar na nossa processos decoloniais e decoloniais.

*Pesquisador quíchua, advogado e antropólogo. Correspondente e colunista de diversos meios de comunicação alternativos na América Latina.

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