Porto Príncipe, (Prensa Latina) Em meio da profunda crise econômica que vive hoje Haiti, o Estado terá que lidar com as perdas das recentes manifestações, que, de acordo com especialistas, ultrapassam os 50 milhões de dólares.
Trata-se de uma das maiores comoções da economia nacional no atual ano fiscal, destacou o especialista e detalhou que mensalmente o Estado percebe entre sete milhões e nove bilhões de gourdes (entre 87 milhões 500 mil dólares e 112 milhões 500 mil dólares) por conceito de rendimentos alfandegários e fiscais.
Só entre 7 e 18 de fevereiro, a perda estimada é de quatro bilhões de gourdes (uns 50 milhões de dólares), por esses conceitos, e existe uma diminuição dos benefícios das empresas, que terão que pagar impostos sobre o volume de seus negócios, destacou o especialista.
Sérant não é otimista quanto à atual situação, e declarou que a crise econômica persiste, o que pode produzir um aumento da taxa de inflação, dos preços de produtos no mercado interno, bem como um declive na indústria turística e um desinteresse por parte da diáspora haitiana.
Em 7 de fevereiro quando o presidente Jovenel Moise chegava seu segundo ano no poder e no aniversário 33 da queda do ditador Jean Claude Duvalier, estouraram em massa protestos antigovernamentais no país, que deixou ao menos 26 falecidos e 77 lesionados.
Os protestos detiveram os principais serviços em Porto Príncipe, e cidades como Jacmel e Lhes Cayes, onde o acesso à água, eletricidade, combustível e inclusive a centros hospitalares estiveram profundamente afetados.
As mobilizações tiveram um negativo impacto no setor turístico, depois de que grandes potências como Estados Unidos e Canadá elevassem ao máximo a alerta de viagens de seus nacionais ao país caribenho, e reconhecidas agências de viagem on-line eliminassem a Haiti de seus destinos.
O Governo anunciou um pacote de medidas para reduzir 30 por cento o orçamento do Executivo, eliminar as mordomias desnecessárias de servidores públicos e combater a corrupção.
No entanto, para Sérant, algumas destas disposições não poderão ser aplicado à margem de uma Lei de Finanças, que cinco meses após o início do ano fiscal, ainda não está aprovada pelo Parlamento.