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segunda-feira, 16 setembro, 2024

Transição no Haiti é oportunidade para solução da crise sem intervenção militar, diz ativista do Quênia

Movimento popular no Quênia estabelece diálogo para apoio às demandas da população haitiana – LUIS TATO / AFP

Leandro Melito
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 

O anúncio da renúncia do primeiro-ministro haitiano Ariel Henry, reconfigurou as peças na disputa política sobre a solução para a crise haitiana. Henry anunciou sua saída do governo menos de duas semanas após assinar um acordo de reciprocidade com o Quênia, país que se ofereceu para liderar a Missão Multinacional de Segurança, autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU, e enviar mil policiais ao Haiti.

Com a renúncia de Henry, o presidente do Quênia, Willian Ruto, suspendeu o envio das tropas e condicionou o cumprimento do acordo à formação de um novo governo no Haiti. Gacheke Gachihi , líder do Centro de Justiça Social de Mathare, um movimento popular localizado na área urbana de Nairobi, capital do Quênia, considera que a transição no Haiti é uma oportunidade para encontrar uma solução haitiana para a crise, “longe de uma intervenção militar”. Ele defende a necessidade de uma solução ampla que inclua os movimentos populares do Haiti e crie uma liderança política alternativa baseada em justiça social e direitos humanos.

O Centro de Justiça Social de Mathare tem dialogado com os movimentos populares no Haiti para buscar uma solução que respeite a soberania haitiana, baseada na solidariedade. “Isso é solidariedade como aquela que o Haiti teve com os países da África e da América Latina durante a Revolução Haitiana. Então essa é uma grande oportunidade para para começarmos a articular agora a solução política, longe da solução militar e policial, fornecida por forças do imperialismo, que tem interesse em saquear os recursos e continuar a desestabilização.”

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