Helena Iono – Direto de Buenos Aires
Lula com a sua visita à China define uma estratégia central do Brasil – que reassume
seu status de colosso latino-americano – frente ao mundo. Apoia e impulsiona com
todas as honras a unificação China-Rússia, instrumento político decisivo na conjuntura
atual para a quebra da hegemonia do império norte-americano e dos seus aliados da
Otan e do FMI.
Os efeitos na geopolítica global são esperançosos, num mundo convulso e debilitado
pela guerra na Ucrânia, e a crise profunda do sistema capitalista com o consequente
esvaziamento da moeda que o sustenta: o dólar furado, sem lastro, apoiado na
indústria de guerra e na especulação financeira. Esse é um contexto real donde
emerge a ideia de Lula e dos componentes do BRICS, por uma economia real e
produtiva, comerciando bens industrializados, riquezas naturais através de moedas
próprias, colocando no escanteio o dólar. Segundo o The Economist, o BRICS abarca
40% da população mundial, 20% do PIB e mais de um terço da produção mundial de
cereais.
Fotos Helena Iono