La Paz (Prensa Latina) O presidente boliviano, Luís Arce, lamentou os planos de contrair uma dívida externa multimilionária que os candidatos da oposição estão trabalhando atualmente em sua proposta para as eleições gerais de agosto do ano que vem.
Durante uma longa entrevista na noite de terça-feira no canal privado DTV, Arce rejeitou as iniciativas defendidas pelos pré-candidatos Samuel Doria Medina, Manfred Reyes Villa e Jorge Tuto Quiroga, apoiadores das políticas neoliberais do Governo dos Estados Unidos e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Qual é a solução que o Sr. Tuto Quiroga está considerando? Empréstimos e temos 1.667 milhões de empréstimos que o seu banco e todas as pessoas com quem trabalha não aprovam (…)”, disse o dignitário.
Ele lembrou que o governo nacional, como solução para os problemas econômicos, enviou à Assembleia Legislativa Plurinacional (ALP) os créditos para um conjunto de obras, “que são 1,667 bilhão de dólares, não 10 bilhões (que Quiroga propõe solicitar ao FMI).
Candidato pelo chamado Bloco da Unidade, o ex-presidente Quiroga anunciou que, se vencer as eleições, recorrerá ao FMI com um pedido de 12 bilhões de dólares como parte do que chamou de “plano de resgate” para eliminar a escassez de dólares no país.
Em outra linha, mas na mesma linha, o empresário Doria Medina anunciou que buscará fontes de financiamento “em todos os países e em todas as organizações internacionais que possam nos dar uma mão”, com as quais prometeu “resolver” os problemas da economia boliviana em 100 dias.
Por sua vez, após fundar o partido Autonomia Para Bolívia Súmate (APB Súmate) em 13 de dezembro de 2024, Reyes Villa está promovendo sua candidatura à presidência com a proposta de uma “emissão antecipada” de títulos de lítio boliviano “para arrecadar 10 bilhões de dólares”.
“Títulos são dívidas”, esclareceu Arce, também economista e professor da área.
Ele ressaltou que no ALP viu que “o senhor Manfred tem alguns deputados e senadores, e bem, para aprovar os créditos, aí estão eles, o mesmo mecanismo, qual é? Financiamento externo que eles mesmos cortaram, que sabem que estrangularam (…)”.
O dignitário insistiu que a solução está no ALP, que estagnou 1,667 bilhão de dólares, o que, na época, poderia ter resolvido os problemas e não mantido a população em suspense “como acontece agora”.
Em referência às eleições de 17 de agosto, o chefe de Estado esclareceu que duas visões do país estarão em conflito: o aprofundamento do processo de industrialização com substituição de importações e regulação estatal que incentive o crescimento econômico com redistribuição de renda, e a visão privatizadora, que não oferece nada de novo.