Os EUA aumentam as tensões com o México e ameaçam cancelar voos

O secretário de Transportes dos EUA, Sean P. Duffy, anunciou no sábado várias medidas contra o México por “violar” o acordo de transporte aéreo estabelecido pelos dois países em 2015, alertando ainda que não descartará rejeitar pedidos de voos mexicanos caso o acordo não seja cumprido.

Segundo Washington, o México deixou de cumprir o pacto aéreo bilateral em 2022, quando forçou as companhias aéreas de carga a transferir suas operações do principal Aeroporto Benito Juárez (MEX), na Cidade do México, para o novo campo de aviação Felipe Ángeles, a quase 50 quilômetros de distância, para aliviar o congestionamento no porto principal.

“Ao restringir os slots e exigir que as operações de carga sejam movidas para fora da fronteira mexicana, o México quebrou sua promessa, interrompeu o mercado e deixou as empresas americanas arcando com milhões em custos adicionais “, disse o Departamento de Transportes dos EUA.

Duffy também culpou o governo do ex-presidente democrata Joe Biden (2021-2025) por permitir “deliberadamente” que o México quebrasse o pacto bilateral de aviação e alertou que “isso termina hoje”.

Nesse sentido, conforme indicado em um comunicado publicado no site do Departamento de Transportes, as companhias aéreas mexicanas agora devem enviar seus itinerários de voos para os Estados Unidos.

O Ministério anunciou que “qualquer voo fretado de grandes aeronaves mexicanas de passageiros ou de carga” viajando de ou para os EUA deve ter autorização prévia.

Ele também afirmou que poderia revogar a imunidade antitruste concedida à Delta Airlines (EUA) e à Aeroméxico (México), que lhes permite definir preços, dividir passageiros ou receita. “Que essas ações sirvam de alerta para qualquer país que acredite que pode tirar vantagem dos EUA, de nossas companhias aéreas e de nosso mercado”, acrescentou Duffy em sua conta oficial no X.

Na semana passada, Trump anunciou em uma carta à sua colega mexicana, Claudia Sheinbaum, que imporá uma tarifa de 30% sobre produtos mexicanos a partir de 1º de agosto, impostos que poderão ser modificados “para cima ou para baixo”, dependendo das relações entre as duas nações.

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Pouco depois, o México anunciou que já estava negociando com seus vizinhos do norte para proteger empresas e empregos em ambos os lados da fronteira, em meio à ameaça de novas tarifas, que o governo mexicano considera “tratamento injusto”.

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