Alberto José
Em 1835, de uma “ninhada” de dezesseis irmãos, nasceu Leopoldo II [imagem], que recebeu o nome Leopoldo Luis Filipe Maria Nítor, filho de Leopoldo I, Rei da Bélgica. Em 1865, como Rei da Bélgica ele tentou conquistar regiões da África e da Ásia para uso próprio. Também esteve de olho no Brasil, quando mandou o seu sobrinho Luis Augusto casar com a Princesa Isabel herdeira do trono. Para felicidade dos brasileiros, ele não conseguiu realizar o plano do seu tio e acabou casando com a Princesa Leopoldina, filha do Imperador D. Pedro II!
A taxa de sobrevivência entre os prisioneiros de Boma ficava entre 30% a 50%, e em condições favoráveis.
O pai Nsala de Wala olha desolado para a mão e pé decepados da filha de apenas 5 anos. Foto de Alice Seeley Harris, 1904.
Quando você mata dez milhões de africanos, você não é chamado de “Hitler” (Liam O’Ceallaigh)
Na Conferência de Berlim (1884/85) que fez a partilha da África entre as potências europeias o Congo se tornou propriedade particular do rei belga que, a partir daí, escravizou o povo para explorar as riquezas do país: pedras preciosas, ouro, café, borracha e o marfim obtido com a eliminação de milhares de elefantes. Para obrigar o povo a trabalhar, ele criou uma “milícia particular” que implantou o terror ao espancar o povo praticando ainda amputação de membros em larga escala (a casa do comandante da milícia do Leopoldo II era cercada por um muro construído com o crânio dos africanos assassinados)! Quando um escravo fugia, por vingança eles amputavam a mão e o pé da mulher e dos filhos do fugitivo.
Ele nunca pisou no Congo, porém, em vinte anos, ordenou a morte de mais de DEZ MILHÕES de africanos (um gigantesco genocídio comparado com SEIS MILHÕES de judeus do holocausto).
Para felicidade geral, o Rei Leopoldo II foi para o inferno em 17 de dezembro de 1909!
Diante da imensa tragédia causada no Congo, discretamente, as potências da Europa decidiram que o Congo fosse anexado como território da Bélgica, o que fez cessar o genocídio em larga escala, mas não a exploração do país, o qual foi dividido entre duas etnias: os HUTUS e os TUTSIS que, devido características antropológicas mais próximas dos europeus, foi escolhida pelos belgas para o controle político do país, o que, ao longo dos anos, veio causar novos conflitos e novo genocídio da população.
Em 1994, cerca de 800.000 africanos da etnia TUTSI, que representaram a monarquia até 1959, foram mortos com extrema selvageria a golpes de facão, machado e enxadas pelos HUTUS, que receberam apoio do presidente da França, François Mitterrand. Devido ao ódio racial, represado por muitos anos, os mortos eram decapitados e os feridos tiveram braços e pernas amputados (veja o filme Hotel Ruanda, estrelado por Nick Nolte), sem que as tropas da ONU e da Bélgica tivessem tomado qualquer atitude para proteger a população porque “não receberam autorização” para defender o povo TUTSI. Foi um novo genocídio, com a complacência da França e da Bélgica!
Os africanos continuam a ser explorados e assassinados pelos atravessadores de diamantes e pedras preciosas (veja o filme Diamantes de Sangue, estrelado por Leonardo di Caprio).
A República Democrática do Congo, antes denominada República do Zaire ou Congo-Kinshasa, tem uma área de 2.334.858 km2, uma população de 63.655 milhões e faz fronteira com a Rep. Centro-Africana e o Sudão ao norte; Uganda, Ruanda, Burundi e Tanzânia a leste; Oceano Atlântico a oeste e Angola e Zâmbia ao sul. A língua oficial é o Francês seguido dos dialetos Lingala, Quicongo, Kituba, Suaíli e Tshiluba.
Título e Texto: Alberto José
Fotos: Arquivo Pátria Latina