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domingo, 13 outubro, 2024

O Ocidente deveria sentar-se sobre o seu traseiro, calar a boca e ouvir “os outros”!

por Andre Vltchek [*]

Este é um artigo recente de Andre Vltchek (1962-2020), antes do seu falecimento em Istambul dia 22 de Setembro.   Seu último ensaio publicado foi Guo Wengui – So Anti-Chinese that even US Establishment Cannot Stomach Him .
Vltchek foi escritor, realizador de cinema, fotógrafo, jornalista, analista político e um ardente anti-imperialista.   A sua posição consequente e lúcida foi um exemplo do que deve ser um jornalismo combativo e de ideias, o qual se contrapõe ao jornalismo pasteurizado dos media corporativos que nos mentem & omitem diariamente.  Tal como o co-fundador de resistir.info, Miguel Urbano Rodrigues, Andre Vltchek constitui um exemplo para todos nós.

Sempre nos disseram o que pensar; o que é correcto e o que é errado. Pelos sujeitos brancos que moram ou vieram da Europa e da América do Norte. Eles sabiam de tudo. Eles eram os mais qualificados.

Quando escrevo “branco”, não me refiro apenas à raça ou cor da pele. Para mim, “branco” é a sua cultura, aquela a que pertencem. Sim, a sua identidade.

Nós russos, cubanos, venezuelanos, chineses, iranianos, turcos não somos realmente “brancos”, mesmo que a cor da nossa pele seja essa. Não que estejamos ansiando por ser brancos, realmente! Temos nossa própria maneira de viver e pensar e a maior parte de nós está do lado dos oprimidos, dos ‘miseráveis do mundo’, intuitivamente. Durante séculos as nossas nações foram saqueadas e atacadas. Milhões de nosso povo desapareceram durante invasões, genocídios, como aqueles na África e em todas as outras partes do mundo ‘não-branco’.

Sempre fomos estudados; sempre fomos analisados, fomos descritos por aqueles confiantes escribas e repórteres vindos sobretudo do Reino Unido e da América do Norte. Eles sabem melhor quem somos e que tipo de sistemas políticos e culturais merecemos e deveríamos almejar. Estas pessoas sabem como falar. Seus sotaques são tão perfeitos, tão “científicos”. Se eles dizem alguma coisa, isso deve ser pura verdade, simplesmente porque são qualificados, pois dominam o mundo há séculos.

Nós, os Outros, espera-se que calemos e ouçamos, a fim de aprender quem realmente somos, com os mestres do universo. Porque aos seus olhos não somos ninguém, apenas pouco mais que animais. E os animais não falam; eles só ouvem, recebem ordens e servem. Eles também são abatidos obedientemente, quando “é necessário”.

Esperava-se que os decisores brancos do mundo soubessem acerca de nós, muito melhor do que sabemos acerca do nosso próprio povo e dos nossos países.

Deus proíba um de nós, indivíduos “não brancos”, ousar emitir publicamente algum julgamento, especialmente um julgamento negativo, sobre a Europa, América do Norte ou Austrália!

Bem, em primeiro lugar, ninguém nos ouviria, porque nada se espera de nós, não podemos julgar o Ocidente. Estamos aqui para nos sentarmos polidamente, submissamente, para ouvir e tomar notas.

Será que vê frequentemente um chinês num programa de televisão britânico ou americano, a apresentar análises comunistas do Ocidente? Será que já viu um socialista iraniano ou chavista venezuelano a criticar o capitalismo britânico ou canadiano? Isso seria impensável, não é?

E honestamente, olhe para os chamados meios de comunicação independentes ou “progressistas” nos Estados Unidos ou Canadá. A situação lá é basicamente a mesma dos principais jornais e estações de televisão, com algumas raras, muito raras, excepções.

Mais uma vez, os brancos, sobretudo os anglo-saxões, “conhecem o que é melhor”: seja a respeito dos recentes protestos anti-racistas nos Estados Unidos, seja a própria origem do COVID-19. Mesmo que não saibam nada, absolutamente nada, eles ainda são considerados os mais bem informados, os “peritos” mais qualificados. Só porque têm nomes, aparências e pronúncias adequadas. Só porque são brancos, arrumados e capazes de mentir de maneiras aceitáveis.


Há poucas horas assisti a uma gravação, um diálogo entre dois “experts”, o qual foi postado online por um media “independente” norte-americano. Eles discutiam o COVID-19.

O impressionante foi a arrogância e aqueles sorrisinhos sarcásticos do tipo “sabemos tudo e vocês não sabem nada”. Dois homens estavam claramente a demonstrar rancor degenerado pelo mundo. Ambos eram brancos. Mais uma vez, não era só a cor da pele, mas também a sua atitude; devido à sua cultura.

Nos 40 minutos durante os quais falaram, não houve referências à tremenda vitória da China sobre a pandemia. Nenhuma menção ao Vietname ou a Cuba. Eram eles a falar. Era acerca deles, acerca do seu mundo e definitivamente não acerca da verdade objectiva.

O mesmo media basicamente chutou-me para fora; deixou de reimprimir meus ensaios depois de as nossas opiniões começarem a divergir, sobre todos os tópicos importantes, como a revolta nos Estados Unidos, o COVID-19 e a China. Quando cessei de me comportar como um branco, fui expulso.

Não me cabia nem era meu direito falar do Ocidente, neste momento histórico crucial. Afinal, eu era apenas algum outro da Rússia, da China. Este era o momento de os governantes do mundo brilharem. Eles e só eles eram qualificados para definir as crises na sua própria sociedade. Suas publicações fecharam as portas para os Outros. Nem todos, mas a maior parte certamente sim.

Os Outros eram por vezes autorizados a criticar seus próprios países. De vez em quando era-lhes permitido criticar duramente seus companheiros das nações não brancas. Mas nunca, alguma vez, foram tolerados como os críticos eminentes do Ocidente dominante; dos brancos!

Também não lhes é permitido fazer julgamentos intelectuais importantes: no Ocidente, os chineses não são confiáveis para decidir se o seu país é comunista ou não! Tais decisões são feitas por eles em Montreal e Londres, e se você ousar contradizer trotskistas ocidentais ou anarco-sindicalistas, será silenciado, censurado e impedido de publicar. Não significa nada que a China tenha uma das maiores e mais antigas culturas da Terra. Se o Irão é um país socialista é decidido em Paris ou Nova York, não em Teerão. O que aconteceu na União Soviética entre as duas guerras mundiais não cabe aos russos decidir.

Espera-se que todas as grandes nações não ocidentais aprendam acerca de si mesmas com alguns diletantes britânicos, suíços e canadianos, cujo único direito à fama é que são brancos e fazem parte do Ocidente.

Uma vez, um motorista de táxi em Teerão queixou-se a mim:

“Brancos ocidentais vêm ao meu país pela primeira vez. Eles não sabem nada sobre o Irão. Mas, com 5 minutos de viagem, começam a dar-me um sermão sobre a minha própria nação”.

Nem é preciso dizer que os ocidentais brancos sempre têm permissão para criticar o mundo inteiro. Não importa se sabem muito ou pouco acerca dele. Em geral, não sabem nada, absolutamente nada, mas e daí? Frequentemente, eles até conseguem infiltrar-se em meios de comunicação e universidades em países independentes e ensinar aos revolucionários acerca da sua própria revolução. Ridículo? Bizarro? Sim, é, mas está a acontecer!


Agora, como o Ocidente está a entrar em colapso, chovem teorias da conspiração por toda parte. Invenções e especulações ridículas e idiotas são impressas, dia após dia. Mesmo alguns media internacionais sérios com sede no mundo não ocidental caem na armadilha. Eles estão a contratar exércitos inteiros de redactores britânicos, irlandeses e norte-americanos convencionais, só para impressionar seus leitores no Ocidente, aqueles que não estão habituados a receberem “sermões” de pessoas de outras cores e culturas.

O Ocidente, intelectual e moralmente confuso e corrupto, não foi capaz de analisar, de pensar racionalmente. É uma lavagem cerebral completa. Isso se aplica tanto aos redactores quanto aos leitores. Ele precisa, não pode viver sem “caras familiares”, sem linhas de pensamento familiares.

Apesar da sua confusão, insistem em falar. Exigem serem ouvidos.

São incapazes de aprender com os outros. Só sabem como ditar; como pregar.

Mas aquilo que dizem nada mais é que lixo incompreensível. É apenas um disparate racista, fantasmagórico e irracional.

Conversa política ocidental, tagarelice académica, degeneração mental alucinogénica de Hollywood, danos cerebrais da Disney desde a primeira infância, narrativas surreais dos media de massa – tudo isso está reduzindo a nossa raça humana a nada, a um zero intelectual.

O caos e a falta de lógica patológica estão a manter o status quo . Sob tais condições, nenhuma ideologia progressista poderia sobreviver. Portanto, este é o ambiente mais adequado para os meninos ocidentais brancos e sua ditadura global.

É hora de calar a boca da maior parte dos faladores ocidentais, parar de ouvir e, se possível, trancar alguns dos oradores mais dementes numa instituição mental!

Mais fácil dizer do que fazer! Mas não há outra maneira.


Francamente, estou farto desta situação. Trabalho por todo o mundo e posso comparar. É claro para mim que a maior parte dos brancos ocidentais perdeu o seu gume criativo. Seus pensadores, escritores e directores de cinema estão a produzir sobretudo lixo. Com algumas excepções, o mesmo pode ser dito acerca sua academia e jornalismo investigativo.

Um jornalista russo, chinês, venezuelano poderia ver o colapso das sociedades ocidentais com muito mais clareza do que os próprios ocidentais. Ele ou ela seriam, em geral, muito mais qualificados e educados, capaz de descrever a realidade e de criticar objectivamente.

No Ocidente, o nível de ignorância é realmente impressionante. O conhecimento não é uma exigência. Só papéis, diplomas e selos fornecidos pelo regime é que são.

O mundo precisa desesperadamente de ouvir os Outros. Pois é preciso que os Outros se envolvam, sejam eles mesmos, para impedir que meninos ocidentais brancos de assassinarem milhões e milhões de pessoas inocentes em todos os cantos do mundo, como têm feito durante vários séculos ininterruptamente. Pois precisa dos Outros para erigir novos conceitos, novas ideologias e novos princípios morais.

Os conceitos colonialistas, imperialistas e racistas da América do Norte e da Europa simplesmente não são suficientemente bons para o mundo.

Em pânico, os brancos estão ultimamente a gritar (depois que o Sr. Floyd foi assassinado pela polícia sádica e a rebelião irrompeu por todo o mundo): “Não se trata de raça!”

Mas observe uma coisa: são eles, a dizer a nós, mais uma vez, a dizer ao mundo o que é e o que não é! Você nunca ouviria tais declarações na África, Médio Oriente ou Ásia. Lá as pessoas sabem perfeitamente bem do que realmente se trata, se se trata de raça ou não!

Acabei de passar duas semanas nos Estados Unidos, analisando a profunda crise da sociedade estado-unidense. Visitei Washington, DC, Minneapolis, Nova York e Boston. Falei com muitas pessoas em todos esses lugares. O que testemunhei foi confusão e ignorância total sobre o resto do mundo. Os Estados Unidos, um país que brutaliza nosso planeta há décadas, é absolutamente incapaz de se ver no contexto do mundo inteiro. As pessoas, incluindo aquelas dos media, são escandalosamente ignorantes e provincianas.

E são egoístas.

Perguntei muitas vezes: “A vida dos negros importa por todo o mundo? Elas importam na República Democrática do Congo e na Papua Ocidental? ” Juro, nunca recebi uma resposta coerente.

Alguém tem de lhes dizer… Alguém tem de forçá-los a abrir os olhos.

Há poucos anos, fui convidado para ir ao sul da Califórnia para mostrar meu documentário da África (meu longa-metragem Ruanda Gambit , sobre genocídios desencadeados pelo Ocidente tanto no Ruanda como posteriormente na República Democrática do Congo), onde milhões de negros estão a morrer, a fim de que a grande maioria dos americanos brancos viva na opulência suína.

Mas antes de poder apresentar, fui avisado:

“Lembre-se, as pessoas aqui são sensíveis… Não mostre realidade demasiado brutal, pois pode perturbá-las…”

Ao ouvir isso, quase abandonei o evento. Só o meu respeito pelo organizador me fez permanecer.

Agora estou convencido: é tempo de forçá-los a assistir; a ver os rios de sangue desencadeados pela sua preguiça, egoísmo e ganância. É hora de forçá-los a ouvir gritos de agonia dos outros.

Nós podemos fazer isso: repórteres “não brancos” da Rússia, China, América Latina e alhures. Temos imagens e sons! É nosso povo, nossos irmãos e irmãs por todas as partes do mundo que estão a atravessar sofrimento inimaginável. E faremos isso. Já começámos a fazê-lo. Que se lixem as sensibilidades dos assassinos remotos que se disfarçam de companheiros vítimas do capitalismo, só porque têm de pagar empréstimos estudantis e hipotecas, ou trabalhar em dois empregos! Eles não sabem absolutamente nada sobre verdadeiros horrores e verdadeira miséria. Um dia, em breve, serão forçados a ver e a compreender.

Incesto intelectual no ocidente

Durante séculos, intelectuais, pessoas dos media e propagandistas ocidentais ouviram-se uns aos outros, reciclando pensamentos uns dos outros, “casando” uns com os outros de uma forma obsoleta e incestuosa. Em seguida, eles despejavam seus discursos, muitas vezes vigorosamente, goela abaixo de todos os africanos, asiáticos, em suma, “dos outros”.

Eles criaram uma narrativa horrível que é predominantemente bombástica, hipócrita, falsa e até mesmo francamente enganosa.

Exposing Lies of the EmpireDurante anos e décadas tenho escrito livros pormenorizados, dando exemplos de todos os cantos do planeta, revelando esta concepção atroz. O mais completo deles chama-se Exposing Lies of the Empire e tem mais de 800 páginas. A segunda parcela virá em 2021.

Em algum ponto, por operar dentro de margens intelectuais extremamente estreitas, a cultura ocidental branca simplesmente ficou sem ideias e sem criatividade. Tornou-se impotente, egoísta e incapaz de oferecer qualquer coisa progressista e optimista à humanidade.

Mas continua a dar lições ao mundo, ‘educando’ ou, mais precisamente, fazendo lavagem cerebral a todas as outras raças e nacionalidades.

O mundo foi condicionado de modo que, sem os selos brancos de aprovação do Ocidente, nada poderia se mover, ou ter êxito, ou ser levado a sério.

Mas agora, no Ocidente, a cultura branca entrou em colapso total. Ela parou abruptamente de dar à luz grandes escritores, cineastas ou pensadores. A Ásia, Rússia e até mesmo partes da África como a Nigéria e a África do Sul estão a produzir autores muito melhores, enquanto o Irão, China e Argentina estão a gerar cineastas indubitavelmente superiores.

Mas é o Ocidente que está a distribuindo prémios para o seu próprio pessoal e traidores estrangeiros, fingindo que ainda tem o mandato para julgar, educar e inspirar o mundo. Seus prémios, assim como seus diplomas, nada mais são do que selos de aprovação dados a colaboradores; recompensas por servidão.

Nesta altura, os meninos ocidentais brancos sabem muito pouco. Eles estão em negação absoluta. Eles são ridiculamente sobrestimados. Na verdade, estão acabados. Eles são vazios, cínicos, super-masturbados e preguiçosos. Eles pedem toda espécie de direitos e privilégios, mas nada sabem sobre responsabilidades, trabalho árduo e entusiasmo.

A América do Norte e a Europa branca esperam que o resto do mundo seja obediente, submisso, trabalhe duro, apoiando os não razoáveis altos padrões de vida do Ocidente. Isto é verdade tanto para sua direita quanto para os chamados “progressistas” (isto é tudo o que realmente – uma vez que virtualmente já não existe uma verdadeira esquerda internacionalista remanescente nos países ocidentais).

Mas mesmo a pseudo “esquerda”, que é patética, defunta e realmente apaixonada pelo obsoleto, ainda ousa julgar e desdenhar daqueles grandes países nos quais Partidos Comunistas e governos internacionalistas agora orgulhosamente detêm o poder!

A única razão para tal arrogância grotesca é (sim, o que está a imaginar é certo) o facto de que os membros da pseudo-esquerda são brancos e vêm de países ocidentais. O que é obviamente bastante bom (para eles) para alimentar seus complexos grandiloquentes de superioridade.

Se tudo isso parecer perverso e incestuoso, esteja certo de que realmente é.

Claro, este monstruoso arranjo do mundo tem de acabar logo, muito em breve. E acabará! Faremos com que isto aconteça.


Durante décadas e séculos, meninos brancos ocidentais estiveram a julgar-nos, aos outros. Estiveram a analisar-nos, a dizer-nos o que fazer, como pensar e como viver.

Isso levou a um desastre absoluto: a genocídios, pilhagem e escravidão; a colapsos intelectuais e ambientais.

A moral da história é: o Ocidente Branco não tem absolutamente nenhum direito de controlar o mundo. Este facto está a tornar-se cada vez mais óbvio.

Ele não está qualificado para liderar o mundo. Existem sistemas políticos muito melhores do que o ocidental, pois existem culturas muito mais importantes.

A única razão pela qual o Ocidente ainda está no controle do planeta é por causa da sua violência, brutalidade, bem como de enganos.

A violência pode ser confrontada. De agora em diante, será. Pela Rússia, Irão, China, Venezuela e outros países valentes.

Os enganos também devem ser desafiados. Agora temos nossos meios de comunicação. E estamos a usá-los.

Não deveríamos ouvir mais mentiras. Elas têm prejudicado nossos países durante décadas e séculos.

Temos de falar. Somos obrigados a falar! Cada vez mais alto. Acerca das nossas nações, acerca do mundo e da demência do Ocidente.

Agora, o Ocidente deve ser forçado a ouvir nossas vozes.

Nosso povo não deve mais sofrer em silêncio.

Francamente, no Ocidente branco, eles não sabem nada ou muito pouco acerca de nós. Embora saibamos muito, ou deveria dizer demasiado sobre o Ocidente. Realmente, fomos forçados a saber, mas principalmente mentiras. A verdade fomos nós que a descobrimos, mas descobrimos por nós próprios e muitas vezes da maneira mais difícil.

O mundo oprimido está a despertar. Cada vez mais, exige que seu próprio povo escreva e fale. Acerca dos nossos países próprios e também acerca do Ocidente.

Não nos interessa o que o Ocidente branco pensa de nós. Já não nos importamos. Cada vez mais de nós cuspimos nos seus convites e nos incentivos para trair. Não precisamos dos seus certificados e dos seus diplomas.

Não precisamos do seu dinheiro: temos os nossos próprios meios de comunicação que começam a render devido a um trabalho árduo e excelente; na Rússia, China e noutros lugares. Temos as nossas editoras e estações de televisão. As nossas palavras estão espalhadas por toda a Internet e ondas de rádio.

Isto é um novo mundo e um grande despertar.

Agora vamos dizer-lhes, directamente na cara, sobre a sua luta fracassada contra o COVID-19 e sua democracia fracassada. Envergonharemos seu imperialismo, colonialismo, consumismo vazio e racismo endémico. E analisaremos suas revoltas, sua opressão, vazio emocional e consumismo estúpido, usando nossos próprios repórteres, poetas e pensadores.

Falaremos sobre socialismo e comunismo a partir das nossas próprias perspectivas, do nosso próprio jeito e quando quisermos! Não precisamos da permissão deles.

Não precisamos dos sorrisos sarcásticos do Ocidente. Não somos “brancos”. E mesmo que a cor da nossa pele possa ser, em alguns casos, pálida, estamos a lutar decididamente ao lado das nações oprimidas, contra o sinistro ‘clube’ que tem assassinado centenas de milhões de pessoas, assim como todo o entusiasmo, bondade e esperança neste planeta.

As coisas estão a mudar rapidamente. Os Outros estão subindo. A grande batalha dos dias modernos contra a escravatura e o colonialismo começou.

Nossa mensagem é clara: Imperialistas, colonialistas, colonos e supremacistas ocidentais, calem a boca, recuem e ouçam; tivemos de ouvi-los durante séculos! Sua narrativa é vazia. E vocês não podem enganar-nos mais. Em breve construiremos nosso próprio novo mundo: aqueles milhares de milhões que não eram ninguém no vosso mundo tornar-se-ão tudo no nosso.

Agora estamos a falar e, pela primeira vez na história moderna, não há nada que vocês possam fazer a respeito. Vocês simplesmente terão que se habituar com o som das nossas vozes!

[*] Andre Vltchek (1963-2020): Filósofo, romancista, cineasta e jornalista investigativo. Cobriu guerras e conflitos em dezenas de países. Alguns dos seus livros mais recentes são New Capital of Indonesia , China Belt and Road Initiative , The Great October Socialist Revolution Fighting Against Western Imperialism , Revolutionary Optimism, Western Niilism , o romance revolucionário Aurora e um best-seller de não ficção política: Exposing Lies Of The Empire . Assista Rwanda Gambit , seu documentário inovador sobre Ruanda e a R.D. Congo e o seu filme/diálogo com Noam Chomsky On Western Terrorism . Vltchek faleceu em 22/Setembro/2020 em Istambul. O seu é andrevltchek.weebly.com , Patreon .

O original encontra-se em uwidata.com/…

Este artigo encontra-se em https://resistir.info/ 

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