Por Marcos Coimbra, no site Brasil-247:
Basta saber somar dois e dois: se há mais gente na rua, se o comércio, as escolas, os cinemas, voltam a funcionar “normalmente”, aumentam as chances de transmissão e contágio.
Mais pessoas são infectadas, desenvolvem quadros graves, têm que ser hospitalizadas e exigem cuidados intensivos.
Como a capacidade do sistema de saúde já foi alcançada, milhares não conseguem atendimento e morrem. São essas mortes evitáveis que crescem quando não se reduz o contato social ou se “volta ao normal” na hora errada.
Ninguém com um mínimo de bom senso e informação ignora esses fatos.
Fora alguns charlatães, os médicos e os cientistas são unânimes.
Temos as experiências bem sucedidas de diversos países e as que deram errado.
Como a doença se espalhou primeiro nos países ricos do Hemisfério Norte, nações como o Brasil tiveram tempo para se preparar.
O governo idiota de Bolsonaro, não. Acha que tem uma receita melhor que qualquer um, mesmo que seja exatamente o que já se comprovou que não funciona.
Por isso, a vasta maioria da opinião pública não confia no que diz.
O epidemia continua a crescer no Brasil e não estamos nem perto do “achatamento da curva” de contágio.
Muitos governadores e prefeitos fazem a sua parte e muitas pessoas estão conseguindo manter-se em isolamento. As pesquisas de opinião mostram que só não se isola quem não tem os meios. Isso ajuda, ao retardar o ritmo da epidemia.
Mas, por conta da indiferença do idiota que ocupa a cadeira de presidente da República, de seu estímulo a comportamentos irracionais e incapacidade de governar, não foi possível obter o nível necessário de adesão ao confinamento.
O Brasil está perto de se tornar o segundo maior foco mundial da pandemia, atrás apenas dos Estados Unidos, se é que não ocuparemos o lugar, o que não sabemos por falta de testes.
O esforço de contenção foi menos eficaz porque o governo do idiota tem um ministro idiota à frente da economia, que não consegue enxergar um palmo além do seu anacrônico ultra liberalismo.
O isolamento radical é, de fato, impraticável em um país onde a maioria da população é pobre ou miserável, mas não se deduz daí que a solução seja jogá-la na rua.
Ela precisa é de programas de transferência de renda em larga escala, assim como de crédito abundante para empreendedores individuais e pequenas empresas.
Sozinho, o insignificante “auxílio” não resolve nada (e seu efeito positivo na popularidade do governo é pequeno e passageiro).
Bolsonaro, seus milicos amestrados, os ministros, os aliados no Congresso e Judiciário, os empresários amigos, são completamente indiferentes a como vive e quanto sofre o povo.
Para eles, em plena pandemia, lugar de pobre é na rua e a hora é de ganhar dinheiro.
São idiotas no sentido que a palavra tinha na Grécia Antiga, indivíduos que só conseguem pensar em si mesmos e são incapazes de conviver como cidadãos na democracia.
Ao capitão, dos 30% de apoio que teve, resta o aplauso do fundo do tacho, gente bizarra e suicida.
O Brasil está indo a passos largos para uma dupla tragédia evitável.
Teremos um dos mais longos e graves surtos de Covid-19 do mundo, com centenas de milhares de pessoas doentes, algumas passando por imenso sofrimento, e dezenas de milhares de óbitos.
Pela incompetência desses idiotas, a economia enfrenta uma crise difícil de imaginar, cuja duração ninguém consegue calcular.
Tudo irá piorar com a “volta à normalidade”.
Capitaneando a catástrofe, a patética figura de Jair Bolsonaro, que se imagina invulnerável e mais esperto que todo mundo, desafiando, enfezadinho, uma ameaça infinitamente maior e mais forte do que ele.
O ex-tenente é um nada frente ao poder do general Covid, posto que se atribuía ao inverno russo, que derrotou Napoleão e freou Hitler.
Sua fanfarronice não resiste a um peteleco.
Vai receber um nocaute no queixo e uma lição de humildade.
Pena que será tão dura para tanta gente.