Washington, 12 ago (Prensa Latina) A morte do multimilionário estadunidense Jeffrey Epstein enquanto estava preso por acusações de tráfico sexual de menores continua gerando hoje questionamentos legítimos e até teorias da conspiração.
As perguntas tem a ver com dois aspectos fundamentais: por um lado, o fato da morte de Epstein ter ocorrido poucas semanas depois do multimilonário ter sido encontrado em sua cela inconsciente e com marcas no pescoço, o que foi investigado como uma tentativa de suicídio.
Por outro, os conhecidos vínculos do acusado com membros da elite política e econômica do país, entre eles o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) e o atual mandatário, Donald Trump, e as especulações de que o julgamento em seu contra poderia trazer revelações sobre figuras públicas.
Nesse sentido, o prefeito de Nova York e pré-candidato presidencial democrata, Bill de Blasio, afirmou que é conveniente demais que Epstein já não possa incriminar outras pessoas.
O que muitos de nós queremos saber é, o que ele sabia? Quantos outros milionários e multimilionários fizeram parte das atividades ilegais nas que estava envolvido?, disse De Blasio a jornalistas no fim de semana em Iowa.
O homem de 66 anos foi preso em julho e acusado de dirigir uma operação de tráfico sexual em seus imóveis de Nova York e Flórida de 2002 a 2005, como parte da qual teria abusado de dúzias de meninas menores de idade, algumas de apenas 14 anos.
Barbara Sampson, médica forense da cidade de Nova York, divulgou que seu escritório realizou ontem uma autópsia do corpo de Epstein, mas ainda não tinha chegado a uma conclusão sobre a causa da morte ‘em espera de mais informação’.
Segundo o canal CNN, o acusado de tráfico sexual estava sozinho quando foi encontrado morto na manhã de sábado, pois ainda que inicialmente tivesse um colega de cela, essa pessoa foi removida por razões desconhecidas.
Uma das principais dúvidas que surgem em torno do falecimento foi como pôde acontecer se Epstein se encontrava sob vigilância depois de uma tentativa de suicídio, mas diversas reportagens indicam que na verdade o prisioneiro já não estava submetido a esse tipo de supervisão.
A CNN explicou que Epstein foi posto temporariamente sob vigilância suicida após ser encontrado ferido em 23 de julho, ainda que não estavivesse claro se essas lesões não graves foram autoinfligidas ou resultado de um ataque.
Segundo o meio, fontes familiarizadas com o tema informaram que Epstein disse às autoridades que tinha sido espancado e que os atacantes o chamaramÂáde abusador infantil.
Após realizar avaliações diárias, os psicólogos do Escritório de Prisões o tiraram da vigilância de suicídio no final de julho, afirmou uma das pessoas consultadas pela televisora.
Tanto republicanos como democratas questionam se a morte de Epstein poderia ser sido evitada e exigiram investigações a respeito, que são conduzidas pelo inspetor geral do Departamento de Justiça (DOJ) e pelo Birô Federal de Investigações (FBI).
No meio de todas as interrogantes que se estão propondo, as teorias de conspiração não se fizeram esperar: uma delas vincula Barr e Trump ao ocorrido, com o argumento de que as pessoas poderosas que controlam o DOJ temiam que Epstein desse aos fiscais nomes de pessoas politicamente prominentes.
Outra especulação, que o jornal Los Angeles Times qualificou como igualmenteÂásem fundamento, mudou os nomes de Trump e Barr pelos de Bill e Hillary Clinton como os poderes na sombra que ordenaram um golpe contra o acusado.
Neste caso, a teoria conspirativa teve uma grande amplificação ao ser compartilhada no Twitter precisamente pelo presidente dos Estados Unidos.
Trump retuiteou no sábado uma mensagem do comediante conservador Terrence K. Williams, quem escreveu nessa plataforma: ‘Morreu suicidado com uma vigilância de 24 horas?ÂáSim, claro! Como acontece isso? Jeffery Epstein tinha informação sobre Bill Clinton e agora está morto’.