31.5 C
Brasília
segunda-feira, 16 setembro, 2024

Longa vida ao Pátria Latina!

Distorções informativas, sejam elas notícias falsas ou o silêncio sobre fatos importantes, são recorrentes na história da mídia. No geral, o noticiário ainda que trate de fatos reais é constantemente trabalhado para servir aos interesses dos grandes grupos de comunicação globais, vinculados a estratégicos empreendimentos políticos e econômicos. Localmente, no Brasil, esse processo ganha contornos dramáticos com concentração pornográfica dos meios de comunicação, tantas vezes denunciada e jamais enfrentada com rigor pelos canais institucionais existentes no pais.

Em momentos dramáticos, como no atual genocídio perpetrado pelo Estado de Israel contra o povo palestino, a evidência das distorções chega a ser escandalosa. O noticiário produzido pelos meios corporativos, sem muitas nuances entre eles, é de total apoio ao pais agressor. Num processo que inclui, ao mesmo tempo, as duas formas de censura empresarial mencionadas: a distorção e o silenciamento. O noticiário exclui as razões e o sofrimento dos palestinos e distorce os acontecimentos, a partir dos interesses dos agressores.

É nesse quadro que a informação sobre fatos absolutamente inéditos na mídia tradicional ou por ela seguidamente distorcidos, precisam de canais livres das amarras corporativas para chegar ao público, garantindo a ele o mínimo necessário para exercer suas escolhas e poder participar com mais segurança da vida democrática. Com a internet, essa possibilidade ampliou-se, mas é importante não esquecer que essa história teve suas origens no mundo analógico, e o exemplo da Pátria Latina é marco importante desse processo. 

Tive o privilégio de acompanhá-la desde a sua gênese, ao largo de um importante encontro de jornalistas realizado em Havana, no final de 2001. Foi possível ali analisar e aprofundar as discussões sobre o quadro que tentei traçar brevemente no início deste texto. O encontro não só apontava os problemas, como estimulava ações para enfrentá-lo, com propostas para a criação de meios capazes de suprir os imensos vazios informativos existentes nos diferentes países representados na reunião. Foi assim que vi surgir no ano seguinte, por força da tenacidade do companheiro Valter Xeu, Pátria Latina que, neste mês completa 22 anos a serviço da informação honesta e de qualidade. 

Acompanhado as mudanças tecnológicas, a publicação tornou-se hoje fundamental para romper com os estreitos limites impostos pelos meios oligárquicos e, repito, aqui no Brasil promotores da difusão de um pensamento único que passa longe do avanço civilizatório e da democracia. 

É um privilégio poder acompanhar essa história e testemunhar a importância que tem hoje Pátria Latina na difusão conteúdos informativos indispensáveis para a construção de um mundo mais justo e igualitário. 

Parabéns pelo aniversário!

Longa vida!

*Laurindo Lalo Leal Filho é sociólogo e jornalista.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS