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La Paz, 9 nov (Prensa Latina) A nação Uru é hoje Patrimônio Cultural, Histórico, Etnológico e Vivente do departamento boliviano de Oruro, depois da entrada em vigor da lei 122/16 promulgada pela administração desse território.
A medida é uma justa reivindicação à qual estamos obrigados historicamente e que está em sintonia com o mandato do Estado Plurinacional, assegurou ontem o de Oruro, Víctor Hugo Vásquez.
Explicou que esse é o primeiro passo para que as tradições e costumes dos Uru sejam declaradas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade.
Vásquez indicou que a próxima ação será conseguir uma declaração similar na Assembleia Legislativa Plurinacional.
O governo boliviano respalda a proposta do Comitê de Etnografia e Folclore e do Centro de Ecologia e Povos Andinos para que o milenar povo seja reconhecido pela Unesco.
Além disso, o ministério de Relações Exteriores impulsiona um processo para inscrever a Bolívia no Comitê das Culturas mais Antigas da Humanidade, junto à China, Índia, Irã, Iraque, Egito, Grécia, Itália e México.
Não demos conta de que a cultura Uru é a mais antiga de nossa região, porque foram os primeiros construtores do centro cerimonial e sagrado de Tiawanaku, no departamento de La Paz, sublinhou Eduardo Barrios, ex-diplomata e funcionário ante a Unesco.
Barrios qualificou esse fato como significativo e com um sentido geopolítico que constituirá soberania cultural sobre o norte do Chile, o sul do Peru e a parte setentrional da Argentina, ‘porque toda essa região é território dos Urus’.
Para a inscrição na lista de culturas em perigo de extinção, detalhou, as autoridades devem construir um expediente, justificar cientificamente a proposta, elaborar um documento interdisciplinar, traduzi-lo em três idiomas e apresentá-lo antes de março de 2017.
Urus, traduzido ao castelhano significa Os da Aurora, grupo étnico também conhecido como Jas-Shoni (Homens da água) e Kotâ€Ã-suña (Homens do lago).
Na Bolívia formam três subgrupos: os Irohito, que habitam a nascente do rio Desaguadero; os Chipaya, habitantes da bacia do rio Lauca; e os Murato, quem se localizam na desembocadura do rio Desaguadero, no lago Poopó.
No passado os Urus falaram várias línguas das quais só sobrevive o idioma chipaya (Pukina) falado por aqueles próximos ao salar de Coipasa; os demais tem adotado o idioma aymará e o castelhano como língua materna.