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sexta-feira, 19 abril, 2024

Como a Coreia do Norte rastreia seus mísseis de longo alcance?

– Imperialismo estupefacto com o progresso tecnológico da RDPC
– Técnicos do império baralhados por não saberem como a RDPC obtém telemetria em tempo real nos seus testes de ICBMs e IRBMs

por Chad O’Carroll

Os dois mais recentes testes de mísseis com alcance intermediário da Coreia do Norte, ambos os quais envolveram os recém desenvolvidos mísseis balísticos Hwasong-12 de alcance intermediário (IRBM), demonstram uma capacidade sempre crescente de atingir alvos a grande distância da península.

lançamento de 28 de Agosto do Hwasong-12 resultou numa amaragem a 2.700 km do lançamento, ao passo que o teste de 14 de Setembro resultou numa amaragem a 3.400 km de Pyongyang – o mais distante teste de míssil balístico norte-coreano da história – excluindo tentativas de lançamento de satélite.

Fotografado a observar os dois testes numa pista do Aeroporto Internacional Sunan, em Pyongyang, Kim Jong Un foi mostrado em ambos os casos, nos media oficiais do estado, com monitores de computador em segundo plano, a exibirem gráficos pormenorizando dados do desempenho do teste do míssil em voo e mapas dos pontos de amaragem a Leste do Japão.

Mas apesar de écrans semelhantes com dados de voo de mísseis terem sido observados junto a Kim Jong Un durante outros testes dos últimos anos, estes dois testes do Hwasong-12 envolveram pontos de amaragem muito mais além das plataformas de lançamento do que qualquer outro visto antes na Coreia do Norte.

E os dois testes de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) Hwasong-14 de 4 e 28 de Julho, embora disparados intencionalmente “para o alto” (“lofted”) em trajectórias de curta distância mas alta altitude, terão exigido viajar muitos milhares de quilómetros para além dos testes do Hwasong-12 se eles alguma vez fossem testados numa trajectória de longa distância.

Mas os desafios técnicos envolvidos em obter dados em tempo real de testes de mísseis para tão longe da origem são formidáveis, o que levanta perguntas acerca de como engenheiros norte-coreanos são capazes de rastrear de modo confiável indicadores relativos à fase terminal do voo, à reentrada da ogiva e à localização da amaragem.

E isso é importante porque em meio à crescente expectativa de um futuro teste norte-coreano de ICBM a longa distância – possivelmente no sudoeste do Oceano Pacífico – algumas das tecnologias exigidas para a obtenção precisa de dados remotos poderia dar à comunidade internacional indicadores importantes do tempo e trajectória de potenciais futuros testes.

DADOS DE DESEMPENHO DE MÍSSEIS 

Quando os países testam mísseis, é importante para os engenheiros serem capazes de obter tantos dados de desempenho quanto possível acerca do lançamento. Mas apesar de alguns destes dados poderem ser obtidos de modo relativamente fácil a partir de câmaras, antenas e equipamento de radar posicionados próximos da plataforma de lançamento, quanto mais longe voa o míssil mais difícil se torna receber remotamente dados de voo em tempo real.

“Nesta era de GPS (rastreamento) – ou GLONASS ou Galileu – sabe-se da posição de reentrada do veículo (míssil) a qualquer momento durante o voo, incluindo ponto de amaragem”, diz Uzi Rubin, antigo director do programa de defesa de mísseis de Israel.

“(Mas) esta informação permanece desconhecida para os donos do míssil, a menos que possa ser recuperada ou por telemetria ou por metria (metry) “.

OS DESAFIOS TÉCNICOS ENVOLVIDOS NA OBTENÇÃO EM TEMPO REAL DE DADOS DE MÍSSEIS QUE VÃO MUITO ALÉM DA ORIGEM SÃO FORMIDÁVEIS 

A fim de um país poder receber dados de voo do lançamento de um míssil e do voo em tempo real precisa de um sistema de telemetria a fim de receber e registar remotamente indicadores de medida transmitidos a partir de uma ogiva equipada com instrumentos.

Mas as localizações de estações receptoras de telemetria em terra, mar ou ar desempenham um grande papel na determinação exacta de quantos dados podem ser recebidos, especialmente com testes de mísseis a distâncias mais longas que viajam para localizações muito além do horizonte visível.

“Devem-se instalar dispositivos receptores de telemetria (antenas de receptores) além do horizonte e dentro de uma linha de mira com o míssil”, diz Rubin. “Para obter os dados no momento da amaragem, o sistema receptor deve estar bastante próximo”.

Em consequência, países que testam mísseis a muita distância frequentemente “utilizam navios ou aviões com instrumentos para obter dados para além do horizonte”, continua Rubin. Um ponto relevante, diz ele, “não só dados da reentrada e amaragem, mas de todos os dados de telemetria na porção da trajectória para além do horizonte”.

Entretanto, também existe uma alternativa, a da abordagem apenas métrica.

Países que testam mísseis que não têm suficiente equipamento receptor de dados posicionado ao longo da pretendida rota de voo podem em caso contrário obter dados após a amaragem. Uma ogiva com instrumentos pode registar indicadores de desempenho a bordo numa unidade estilo caixa negra que possa ser recuperada posteriormente.

Mas “isto nem sempre é factível e de qualquer modo exige uma visita de algum navio de recuperação à área da amaragem”, diz Rubin.

Dito isto, não é impossível.

“Para a prática real de recuperação em oceano (se o míssil estiver equipado com partes recuperáveis, como uma caixa negra/cassette de telemetria), as recuperações com que estou familiarizado mostrariam cores brilhantes para ajudar os marinheiros a determinarem a sua localização exacta”, diz Scott Lafoy, um analista da NK Pro com experiência em programas de mísseis.

“Cientistas e engenheiros processam os números antecipadamente para determinar onde o míssil deveria impactar ou reentrar… a seguir cores brilhantes ou bóias luminosas ajudam marinheiros a encontrar as peças recuperáveis”, diz ele, permitindo que navios pro-activamente naveguem para as prováveis localizações da amaragem e encontrem os registadores métricos mais facilmente.

Mas dadas as distâncias que mísseis como um ICBM ou IRBM podem viajar, enviar navios para obter registos de dados no fundo de oceanos profundos pode não ser fácil. “Pense nas recuperações de caixas negras de aviões a seguir a desastres aéreos”, destaca Rubin.

Existe uma opção ainda mais rudimentar se o objectivo é simplesmente detectar se um míssil reentrou ou não dentro da área alvo pretendida, através de instalação de “um ou mais activos na área planeada do impacto que olhem a reentrada e o impacto”, segundo Nick Hansen, um perito aposentado de tecnologia de imagem e sistema electrónicos da Universidade de Stanford.

A instalação de tais activos permitiria – em princípio – confirmar visualmente se a ogiva do míssil chegou ou não.

“(Mas) há desvantagens óbvias para esta opção, incluindo o mau tempo e a linha de visão”, diz Hansen. “Você ou vê ou não vê e se vê alguma coisa sabe que está na área de impacto, mas não tem ideia se funcionou do modo como estava planeado”.

Ainda assim, apesar de “ser melhor do que nada”, parece que dados de desempenho limitados a indicadores visuais é improvável que proporcionem elementos suficientes para a maior parte dos engenheiros de mísseis.

Essa é a razão porque “a telemetria é essencial para o desenvolvimento de lançamentos, por várias razões”, segundo Markus Schiller, engenheiro de mísseis na Alemanha que regularmente analisa testes norte-coreanos.

“Você quer saber como o míssil opera durante a fase do arranque, mas também o que pode ter ido errado se o míssil explode…”, diz ele.

“Ter uma ideia do que realmente aconteceu de errado sem ter telemetria viva é quase impossível porque não restará muito do míssil depois de explodido”.

COMO A COREIA DO NORTE FAZ ISTO? 

É a obtenção pela Coreia do Norte de dados de desempenho de mísseis em tempo real via telemetria ao longo de todo caminho até os pontos de amaragem a milhares de quilómetros de distância no Pacífico que é difícil de entender para os investigadores de mísseis.

“Como é que eles recebem os dados e o vídeo (do voo) mostrados nos dois ou três écrans de computadores que estão sempre sobre uma mesa junto à secretária de Kim em todos os lançamentos que ele dirige?”, pergunta Hansen.

“Aqueles monitores exibem lançamentos de câmaras no terreno e telemetria mostrando parâmetros de mísseis, dados e vídeos a bordo durante o voo”, diz ele. “Eles continuam a exibir dados e vídeo durante todo o tempo do voo”.

Vídeos de testes recentes da Coreia do Norte demonstram que um sistema de telemetria que funciona parece estar instalado, ao invés de uma obtenção de dados pós amaragem a partir de gravadores de voo recuperados após o lançamento.

Os media do estado, por exemplo, regularmente mostram filmes do lançamento no terreno com vídeos aparentemente recebidos em tempo real a partir de câmaras montadas no corpo do míssil quando ele voa alto na atmosfera e longe da região nordeste da Ásia.

Mísseis da Coreia do Norte lançados a alta altitude em trajectórias “para o alto”, como tem acontecido nos últimos anos, podem prestar-se a um tipo de tempo real, mas limitado, de capacidade de obtenção de telemetria.

“Enquanto um míssil está a voar numa trajectória muito alta (lofted) pode ser rastreado pela Coreia do Norte via radar quando há uma linha de avistamento com o mesmo”, diz Tal Inbar, responsável do centro Space & UAV do Fisher Institute for Air and Space Strategic Studies.

Mas para aqueles mísseis que aterram a milhares de quilómetros da península, “eles podem utilizar rastreamento óptico e talvez radares num navio”, acrescenta Inbar. “Mas estes navios são hipotéticos pois não há informação concreta sobre a sua existência e posicionamento”.

E, crucialmente, se os receptores de telemetria estão “localizados na Coreia do Norte, eles não receberão qualquer transmissão de telemetria a partir do míssil uma vez que este esteja abaixo do horizonte”, diz Hansen.

Portanto, “se quiser obter dados de telemetria para além do alcance visual da plataforma de lançamento”, diz Schiller, o engenheiro alemão de mísseis, “você precisa, naturalmente, sítios de telemetria adicionais, ou navios com essa capacidade, ou satélites relés”.

Para aqueles mísseis testados muito a leste do Japão, como o Hwasong-12 em Setembro, ou no caso de um futuro teste de ICBM a longa distância, as opções da Coreia do Norte de obter de modo confiável dados de telemetria tornam-se limitadas.

“O Oceano Pacífico é uma grande área quando se lança uma ogiva até 5.000 a 10.000 km”, diz Hansen. “Isto está além do alcance dos aviões da Coreia do Norte e da maior parte dos seus navios”.

Contudo, dados históricos de rastreamento por navio proporcionados por uma função mapa de calor no NK Pro Ship Tracker mostram que no passado alguns navios possuídos ou ligados à RDPC na verdade cruzaram o Oceano Pacífico, provando não ser inconcebível que Pyongyang pudesse ter activos em lugares longe da península para obter telemetria de mísseis.

“Um grande navio mercante civil pareceria o melhor candidato para montar equipamento de telemetria”, continua Hansen. “Sabemos que pelo menos um dos seus navios transportou partes de míssil a ser reparadas de Cuba para o Norte, quando foram apanhados no Panamá”.

E o Norte pode mesmo já ter desenvolvido alguma experiência no uso de navios para obter dados de telemetria de lugares distantes, pelo menos com dados transmitidos ou com bandas de Muito Alta-frequência (VHF) ou Ultra Alta-frequência (UHF), as quais exigem antenas simples para funcionarem.

“Suspeita-se que no lançamento do Tapodong-1 em 1998 eles utilizaram telemetria VHF num furgão e tinham um navio no Pacífico para monitorar o terceiro estágio e o evento da separação”, diz Hansen.

No caso de um teste ICBM norte-coreano a longa distância, “um navio a monitorar telemetria na área de impacto é provavelmente o meio mais verosímil que utilizariam”.

Um tal navio teria o benefício de ser capaz de relatar um avistamento visual para o centro de comando em “rádio de alta-frequência, num relé em avião ou numa ligação a satélite”, diz Hansen. “Análise da telemetria obtida provavelmente seriam feitas quando o navio retornasse ao porto”.

“E “há meios de planear o trânsito do navio para estar próximo da área de impacto no dia do lançamento”, continua ele.

Entretanto, enviar navios na vanguarda para ver também é um risco para o Norte. Não só tais navios poderiam ser interceptados por inimigos, mas o seu movimento lento no oceano aberto poderia proporcionar inteligência utilizável a inimigos acerca da direcção e temporização potencial do futuro teste de míssil da RDPC.

“Parece-me improvável que fosse permitido a navios da Coreia do Norte operarem em áreas de impacto sem serem seguidos (ou investigados?) por forças navais internacionais”, diz Schiller.

“E também parece improvável que um gravador de dados sobrevivesse ao impacto e, se sobreviver, enviar sinais que só navios norte-coreanos acompanhariam e recuperariam – penso que navios da República da Coreia e dos EUA seriam mais rápidos”.

Em consequência, para minimizar possibilidades de detecção, “eles têm de ser dissimulados com navios de telemetria, possivelmente disfarçando-os como navios cargueiros ou mantendo-os longe de áreas com população”, diz Lafoy, analista de NK Pro.

“Também vale a pena notar que navios de telemetria são atraentes “, destaca Lafoy. “É possível criar navios pequenos, mas a RDPC não é conhecida por suas capacidades em radar e rastreamento – suas capacidades em telemetria no mar parecem razoavelmente subdesenvolvidas.

Contudo, diz o engenheiro israelense Uzi Rubin, o Norte poderia “utilizar cargueiros comerciais com instrumentos cobertos – isto pode ser ocultando os instrumentos em contentores – ou em navios de outro país com instrumentos, abertos ou encobertos.

“(Mas) em qualquer caso, algum navio… deve estar presente na vizinhança do ponto de impacto ou visitar a área logo após o teste”.

Apesar de todos os desafios, Hansen diz ser possível que o Norte possa escapar com um navio a longa distância com um movimento não detectado.

“Se eles desligarem os radiofaróis AIS durante um dia ou dois há pouca probabilidade de serem encontrados e não haveria meio de provar que fizessem parte do teste: lembre que o Norte não informa os marinheiros dos seus testes”.

Dito isto, o precedente chinês poderia sugerir outra coisa.

“Na preparação para o primeiro teste chinês do ICBM DF-5 de longo alcance, a República Popular da China enviou 18 navios para as zonas de impacto com mais de duas semanas de antecedência”, diz Lafoy.

“Foi um enorme esforço que era realmente visível para a comunidade de inteligência dos EUA, segundo relatórios desclassificados . “Houve meses de preparativos no lançamento do foguete, incluindo a entrega e instalação de novo equipamento de telemetria em vários pontos”.

ALTERNATIVAS 

A seguir à rápida difusão do vídeo japonês acidental com registos do vídeo em circuito fechado de TV (CCTV) da reentrada do teste do IRBM norte-coreano de 14 de Setembro, especulou-se em alguns círculos que Pyongyang, na falta do seu próprio equipamento receptor de telemetria nas proximidades, poderia em alguns casos confiar apenas em dados externos para saber do desempenho do míssil longe de casa.

“Há um cenário alternativo em que eles não estão a fazer um teste do modo certo “, diz Lafoy. “Ao invés de realmente tentarem reunir dados técnicos valiosos, se a questão é puramente de dissuasão e teatralidade, nenhum navio seria necessário”.

Nesse caso, o Norte poderia simplesmente “esperar até obter informação dos EUA, República da Coreia ou Japão e eles obtêm a informação de impacto em segunda mão”, diz Hansen.

Alternativamente, “na medida em que for suficiente para Kim a fim de declarar um êxito e publicar um vídeo de propaganda, é um êxito”, continua Hansen”. (Uma tal abordagem) significa que ele deposita um bocado de fé nos testes que têm trajectórias em altura (lofted) e nos testes prévios feitos numa plataforma, com um motor de foguete explodindo a ogiva”.

E “se eles ficarem felizes… com a medição interrompida, não precisam de telemetria”, acrescenta Schiller, referindo-se à localização na qual receptores baseados no terreno perderiam contacto com um teste de míssil a longa distância.

“Mas desse modo você não pode desenvolver novos mísseis; pode apenas descobrir quão precisos são seus mísseis operacionais lançados pelas suas equipes”.

Existe uma outra opção, entretanto, mas especialistas disseram à NK Pro que seriam muito improváveis para o Norte.

“Em teoria, um satélite poderia fazer parte do esforço de receber informação de um míssil durante um teste de lançamento”, diz Tal Ibnar, do Fisher Institute. “Entretanto, não há indicação de que os satélites norte-coreanos actualmente em órbita sejam capazes de fazer isto”.

E apesar de a Coreia do Norte afirmar ter lançado múltiplos satélites com êxito, diz Hansen que eles estavam “mortos à chegada após a colocação em órbita”, tanto com movimentos giratórios como incapacidade de expandir painéis solares para gerar a electricidade necessária para comunicações.

“Mesmo se estivessem a trabalhar e tivessem sensores a bordo que pudessem receber o sinal de telemetria, estão em órbitas baixas de modo que só vêm a mesma área do oceano cerca de seis minutos duas vezes por dia”, diz Hansen.

“Seria preciso uma temporização muito precisa para ter um satélite em posição quando a ogiva reentrasse e impactasse e apontado na direcção certa”.

CONCLUSÕES 

Entender como – ou se – a Coreia do Norte obtém telemetria de testes de mísseis a longa distância permanece uma questão aberta, mas se for respondida com precisão poderia proporcionar pistas significativas para determinar a confiabilidade potencial das suas concepções de mísseis e mesmo para estimar a temporização e localização de potenciais testes futuros.

Examinando um caso recente, Hansen diz acreditar que os monitores de vídeo vistos por trás de Kin Jong Un a mostrarem dados do desempenho do voo do míssil não eram simplesmente falsos ou unicamente para descrever uma trajectória simulada da missão de lançamento planeada.

Em particular, mencionando o teste do Hwasong-12 de 14 de Setembro sobre o Japão, Hansen destaca que “um quarto elemento de telemetria VHF/UHF foi visto na pista durante o lançamento”.

“Ele foi apontado num ângulo de 42 graus para o leste pouco após o lançamento (e) no primeiro plano Kim e vários dos seus generais estavam a olhar na mesma direcção para o míssil”, diz ele.

“Este é provavelmente [o modo] como a telemetria a bordo é recebida durante o pré lançamento, o lançamento e até que o míssil se perca de vista”.

Mas como os dados são obtidos para além daquele ponto permanece um mistério – por enquanto.

As localizações de amaragem dos testes do Norte a distâncias mais longas tornam impossível para a RDPC posicionar aviões nas áreas certas para obter dados no momento do impacto, estando para além do alcance.

Obtenção de dados por satélite também parece extremamente improvável no caso norte-coreano, uma vez que as órbitas dos satélites da RDPC são actualmente baixas e o facto de aparentemente não estarem mesmo a funcionar.

É possível, portanto, que a Coreia do Norte utilize navios posicionados previamente no mar para receber dados de lançamento perto da amaragem em tempo real, ou que navios possam mesmo navegar para recolher dados registados a seguir ao teste.

Contudo, ambos os métodos deixam tais navios à mercê de intercepção ou rastreamento por inimigos mais ansioso e capazes de recolher os dados antes que o Norte o possa fazer.

Assim, também é possível que o Norte possa simplesmente deixar para outros a obtenção de dados a longa distância, via relatos de japoneses, sul-coreanos e estado-unidenses, os quais têm equipamento muito mais capaz.

Isto aconteceria, contudo, ao custo de os próprios engenheiros da Coreia do Norte serem capazes de obter dados confiáveis e em tempo real para entender o desempenho de novos desenhos, privando Pyongyang de possivelmente valiosa propaganda com o filme da detonação com êxito de uma ogiva afastada do território da RDPC.

O original encontra-se em www.kasmaal.com/?p=14163

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

23/Nov/17

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