É mais que evidente que o combate a corrupção, de forma isolada, não reduz a desigualdade social que campeia o Brasil desde a sua formação. De acordo com o que aponta estudos sobre evasão fiscal com base nos dados revelados nos documentos do Panama Paper e vazamentos relativos ao banco HSBC Swiss Private mostram que os considerados super-ricos, ou seja, pessoas com mais de 31 milhões de libras em ativos, sonegam 30% de seus impostos em média.
De acordo com levantamento e publicação recente do jornal britânico The Guardian. O documento intitulado Evasão e desigualdade fiscal descobriu que eles evadiram mais de 10 vezes os impostos devidos do que a população em geral, que em média evadiu 2%. Os economistas apontam no documento que “a probabilidade de esconder ativos aumenta muito com a riqueza”.
O que já é do conhecimento de todos nós brasileiros é que a maior parte do patrimônio fruto de impostos evadidos se encontra em contas no exterior e concentradas nas mãos de uma expressiva minoria, minoria esta que poderia pagar contadores, advogados e banqueiros para aconselhá-los.
O material foi coordenado por pesquisadores da Universidade Norueguesa das Ciências da Vida e da Universidade de Copenhague. Ele apenas analisa a riqueza de pessoas na Noruega, Suécia e Dinamarca, onde registros detalhados de riqueza pessoal estão disponíveis.
Até mesmo em países escandinavos considerados como modelo pelos seus elevados Índices de Desenvolvimento Humano, 40% dos mais ricos, ou seja, 0,1% das famílias locais, esconderam em média cerca de 50% de seus ativos no exterior.
O que podemos constatar é que a maioria das economias latino-americanas, asiáticas e europeias possuem muito mais riqueza do que a Noruega, os resultados encontrados na Noruega provavelmente serão inferiores aos da maioria dos países do mundo”, conclui o documento. Parafraseando Vittorio Buttafava: “ O absurdo da avareza está no fato de o avaro viver como pobre e morrer como rico”.
Sérgio Jones, Jornalista ( sergiojones@live.com)