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quarta-feira, 20 novembro, 2024

Colômbia: Petro revela dados sobre venda de software espião por Israel

HispanTV – O presidente colombiano, Gustavo Petro, revelou dados sobre a alegada lavagem de dinheiro no contexto da compra do software espião Pegasus a uma empresa israelita.

Petro acusou Ran Gonen, diretor de segurança global da empresa de tecnologia israelense NSO Group, de lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido cinco milhões de dólares em dinheiro como parte do pagamento do software Pegasus, usado para espionagem política.

“Acredito que o diretor do Grupo NSO, Sr. Ran Gonen, cometeu um crime na Colômbia, porque na Colômbia não é possível a nenhum cidadão, nacional ou estrangeiro, transportar dinheiro em espécie no valor de cinco milhões de dólares, que “Chama-se branqueamento de capitais”, disse Petro em conferência de imprensa esta terça-feira e disse que vai enviar as informações que tem ao Ministério Público e à Procuradoria-Geral da República (Ministério Público) para investigarem o sucedido.

Nesse sentido, revelou também os nomes de cidadãos israelitas que teriam chegado ao país em 2021 para vender o software espião Pegasus à Administração do então presidente Iván Duque (2018-2022), presumivelmente para interceptar conversas da oposição.

“Sabemos os nomes das tripulações, mas também sabemos os nomes de alguns tripulantes que chegaram e saíram em horários diferentes (…) O avião aterrou no hangar de narcóticos da Polícia e aí desembarcaram os seguintes cidadãos israelitas: Oded Gindi, Sr. Moshe Sajar e o Sr. Yehuda Lahav, diretor de negócios do Grupo NSO, empresa proprietária do software Pegasus”, disse o presidente colombiano.

Nessa linha, o presidente apresentou um documento da inteligência israelense detalhando a compra e os pagamentos feitos ao Grupo NSO, empresa que criou a Pegasus.

Especificou que, em 2021, em plena crise social na Colômbia, o governo Duque comprou a Pegasus por um valor de 11 milhões de dólares, divididos em transações separadas de 5,5 milhões de dólares.

Segundo o presidente, essas operações foram realizadas pela Diretoria de Inteligência Policial (Dipol), que utilizou dois voos para Israel para transportar o dinheiro.

O que é Pégaso?

É um programa, desenvolvido pela empresa israelita NSO Group, com capacidade para interceptar comunicações em dispositivos móveis, tem sido muito criticado pela sua utilização indevida em vários países. O caso mais escandaloso é o do México, onde foram expostas listas de pessoas interceptadas ilegalmente desde que o Exército comprou a ferramenta em 2011.

Segundo a ONG Amnistia Internacional (AI), esta ferramenta de espionagem israelita é utilizada sob o pretexto de “facilitar a prática de violações dos direitos humanos em grande escala em todo o mundo”.

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