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terça-feira, 3 dezembro, 2024

Macri anuncia que a primeira viagem oficial será ao Brasil

Redação | São Paulo – Opera Mundi

Em primeira conferência de imprensa após ser eleito novo presidente, Maurício Macri ressaltou que irá invocar a cláusula democrática contra Venezuela na próxima Cúpula do Mercosul

“O Brasil é o principal sócio do futuro”, declarou nesta segunda-feira (23/11) Maurício Macri, em sua primeira conferência de imprensa como presidente eleito da Argentina. Perante jornalistas nesta manhã, ele anunciou que sua primeira viagem oficial será ao Brasil e acrescentou que quer “construir boas relações com todos os irmãos da América Latina”.

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Na noite de domingo (22/11), Macri (Cambiemos) foi o vencedor de uma das eleições mais acirradas dos últimos anos na Argentina, com 51,40% dos votos, contra 48,60% do seu adversário, o candidato apoiado por Cristina Kirchner, Daniel Scioli (Frente para a Vitória).

EFE

Macri disse que terá um gabinete com seis ministros da economia

Ao comentar suas propostas no âmbito da política externa, Macri falou que a Argentina precisa fazer “intercâmbios com todos os países do mundo para melhores oportunidades para todos”. Entre suas próximas medidas, ele anunciou que irá invocar a cláusula democrática contra Venezuela na próxima Cúpula do Mercosul – prevista para o dia 21 de dezembro em Assunção (Paraguai) — e que proporá ao Congresso da Argentina a invalidação do memorando de entendimento com o Irã.

Nesta manhã, Maurício Macri se apresentou à imprensa com um discurso semelhante ao da noite anterior.  “A ideia é governar para absolutamente todos”, falou. “Teremos a oportunidade de construir a Argentina que sonhamos e agora vamos começar com toda a força. Devemos pensar no interesse geral”, acrescentou.

Além disso, o novo chefe de Estado, que deve tomar posse em dezembro, comentou que seu país passará por um “curto período de transição”. “Agradeço a todos os argentinos, pela confiança, por terem acreditado que podemos — e merecemos — viver melhor”, disse aos jornalistas.

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Novo governo

Em um segundo turno inédito na história do país sul-americano, Macri colocou fim a 12 anos de kirchnerismo. Ele terá adiante o desafio de gerenciar um Congresso no qual a Frente para a Vitória ainda detém maioria e um país que tem a maior parte de suas províncias controlada por governos peronistas – embora a mais importante delas, a de Buenos Aires, seja agora controlada também pelo Cambiemos, com Maria Eugénia Vidal.

Ao lado direito de Macri na coletiva de imprensa, o seu chefe de campanha, Marcos Peña, comentou que, embora o pleito tenha sido acirrado, a capacidade do líder do Cambiemos de governar o país não está em xeque.

“A governabilidade foi dada pelos argentinos”, argumentou Peña. “Acreditamos que com o Peronismo teremos um bom diálogo no Congresso”, acrescentou Macri.

Questionado sobre a economia do país, que enfrenta alta inflação e escassez de reservas de dólares, Macri afirmou que seu gabinete econômico terá seis ministros e que buscará um BC (Banco Central) independente.

“Não vou designar um ministro da economia, serão seis integrantes no meu gabinete econômico”, explicou, sem entrar em detalhes sobre potenciais candidatos.  Segundo ele, só será possível entender a real situação econômica do país a partir de dezembro, “quando soubermos as contas públicas vou dizer tudo aos argentinos”.

Além disso, Macri reafirmou seu compromisso de cinco pontos para o país para combater a violência contra a mulher. “Me comprometo para a causa que mobiliza todos. Finalmente os argentinos estão colocando essas questões em cima da mesa e encarando elas”, comentou, acrescentando que precisará do apoio de todas as províncias para que a violência de gênero “seja tema de agenda” do governo.

Nesta tarde, Scioli irá se encontrar com a presidente argentina, Cristina Kirchner, na residência de Olivas. Amanhã, Macri deve se encontrar com a mandatária e, na quarta-feira (25/11), com Scioli.

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