Cesar Fonseca e Ubiramar Lopes
BREXIT é produto do crash
capitalista de 2008 que abalou
o poder de Washington; é pressão
sobre europeus para se renderem
a Tio Sam; é tentativa de distanciá-los
da Rússia e da China, do poder
dos BRICs; é a nova guerra
fria global entre potências.
A derrota do euro, no Brexit, é, praticamente, uma vitória parcial das forças econômicas, financeiras e especulativas judaico anglo-americana.
Trata-se de tentativa de promover desunião da União Europeia, de um lado, e, de outro, união dos Estados Unidos e Inglaterra, expressão da força anglo-americana, reforçada pelo capital judeu, dominante nas praças financeiras de Londres-Nova York.
É briga de cachorro grande, para desestabilizar a plataforma financeira de Frankfurt, símbolo do poder financeiro alemão, abalado pelo euro em crise.
O poder judaico anglo-americano, diante de novas forças que avançam contra o dólar, afetado, a cada bancarrota capitalista especulativa, como aconteceu em 2008, busca, no século 21, dar continuidade a sua força imperial: no século 19, Inglaterra, com sua libra; no século 20, as verdinhas americanas.
Em dois séculos, mediante guerras econômicas, os ingleses e os americanos dominaram o mundo, como nos séculos anteriores, 16 e 17, dominaram os europeus, Holanda e França.
No século 21, quem predominará, em meio às incertezas gerais que se apresentam nos primeiros 16 anos desse terceiro milênio?
Os europeus tentaram, depois de duas guerras, que destruíram os impérios, no velho continente, montar uma unidade, compondo 28 países, incluindo Reino Unido.
Armaram, por meio do Tratado de Maasstrich, união monetária, com compromisso de que cada integrante se limitasse a déficit público não superior a 3% do PIB.
Era a busca do equilíbrio geral, sob o euro.
Seria repetição do equilibrismo orçamentário vigente na economia clássica dezenovecentista, debaixo do poder da libra inglesa.
Deu certo, aos trancos e barrancos, de 1808 a 1870.
Mesclaram-se, nesse período histórico, lucros e deflações, sobreacumulação de capital, até emergência das raízes políticas socialistas.
O socialismo emergiu na instabilidade neoliberal capitalista, que deu origem aos oligopólios, como arma contra queda da taxa de lucro.
Afinal, como a história demonstrou, na crise de 1929, o capitalismo concorrencial, sob lassair faire, destrói o sistema capitalista.
A revolução socialista soviética, favorecida pela fragilização europeia, na primeira guerra mundial, fruto do confronto dos oligopólios imperialistas alemão, francês e inglês, abriu nova era ao capitalismo europeu.
Para sobreviver, partiu, em meio às tensões de guerra, para a socialdemocracia.
Macroeconomia capitalista com melhor distribuição de renda, mediante maior oferta de serviços sociais – saúde, educação, segurança, previdência social, leis trabalhistas etc – representou saída estabilizadora contra perigo de socialização global sob soviets leninista-trotskista.
Os grandes banqueiros europeus, capital judeu, financiadores das guerras, tiveram que se render ao pensamento social democrata, na Europa, para não serem batidos pelo socialismo, no Leste Europeu.
Juntaram sua força econômica à força emergente americana, depois da primeira guerra mundial, diante da qual a força econômica europeia, antes predominante, rendeu-se ao poder dos Estados Unidos.
A geopolítica americana, fortalecida pela segunda guerra, disposta a avançar rumo ao Leste e ao Oriente, submeteu os europeus à humilhação de ter que serem salvos do comunismo soviético pelo dólar.
Tio Sam cobrou senhoriagem, ou seja, a abertura da Europa, em grande escala, ao capital norte-americano.
Esse avanço de Tio Sam representou, até a queda do Muro de Berlim, em 1989, obstáculo ao sonho europeu de unidade política.
O nascimento da nova Europa, a União Europeia, tendo como base monetária o euro, significou, sobretudo, grito de independência frente ao dólar.
A consolidação da independência dos europeus, porém, como se vê, agora, com a saída da Libra do terreno do euro, com o Brexit, não se efetivou, na prática.
Predominou instabilidade, especialmente, depois do crash capitalista americano de 2008, bolha especulativa imobiliária, implosão dos derivativos de dólar, que Tio Sam espalhou na Europa, por meio dos bancos dominados pelo capital anglo-americano judeu.
Pressão por novo referendo
mostra receio dos ingleses
em dar um salto no escuro,
largando a Europa, que cairia
nos braços da Rússia e da
China, para não se danar
no terreiro de Tio Sam
e do dólar em crise