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segunda-feira, 2 dezembro, 2024

Seca hidrológica no Equador e risco de mais horas de apagões

Quito, 8 de novembro (Prensa Latina) A cidade equatoriana de Cuenca, onde estão os rios que alimentam o maior reservatório do país, teve até o momento 118 dias de seca hidrológica e isso, somado a outros fatores, aumenta o risco de apagões mais longos.

Apesar das fortes chuvas da última terça-feira naquela cidade do sul do Equador, os rios não aumentaram muito a vazão e pouco contribuíram para a barragem de Mazar, que abastece o complexo hidrelétrico de Paute, formado pelas usinas Mazar, Molino e Sopladora.

O nível da barragem desceu três metros em três dias, e esta quinta-feira situava-se a 2.113,19 metros acima do nível do mar, abaixo do nível mínimo de operação de 2.115 metros.

Os cortes de energia, que antes eram de 14 horas por dia, atualmente são de seis horas divididas em duas faixas.

No entanto, dada a falta de chuvas e a persistência da crise energética, os analistas acreditam que o Governo provavelmente decidirá aumentar a duração das interrupções.

O analista energético Fernando Salinas, citado pelo jornal El Universo, acredita que a situação é complexa e os apagões serão seguramente entre 12 e 14 horas por dia.

“Se não chover e não houver mais energia dos geradores térmicos, a duração do racionamento será maior”, disse Salinas, acrescentando que um verdadeiro alívio seria a importação de energia da Colômbia, mas ainda não há sinal verde por isso.

Desta forma, o Equador sofre a sexta semana consecutiva de apagões, crise que o Executivo atribui à pior seca dos últimos 60 anos.

Especialistas e cidadãos asseguram que a origem da emergência energética está na falta de investimento e de previsão das autoridades, que não adoptaram medidas em resposta aos relatórios que previam a seca.

Para esta sexta-feira está marcada uma sessão da Comissão de Fiscalização da Assembleia Nacional (Parlamento) para dar continuidade ao julgamento de impeachment da ex-ministra da Energia Andrea Arrobo, que garante ter alertado os responsáveis ​​presidenciais para a gravidade da situação.

Arrobo é processado politicamente por suposto descumprimento de funções diante da crise energética.

Ela foi destituída do cargo em abril de 2024, após cinco meses de mandato, acusada pelo presidente, Daniel Noboa, de suposta sabotagem em meio a uma declaração de emergência elétrica.

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