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sábado, 18 maio, 2024

Cunha dorme em Curitiba, aliados políticos em Brasília insones

Brasília, 20 out (Prensa Latina) O destituído deputado e ex-presidente da Câmara baixa Eduardo Cunha dorme hoje no cárcere da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, mas muitos de seus aliados políticos devem permanecer insones em Brasília.
Se Cunha falar, não deixará pedra sobre pedra no governo de Michel Temer e seus ministros, sustentou o senador do Partido dos Trabalhadores (PT) Lindbergh Farías, pouco depois de se produzir ontem a detenção de quem catalogou como ‘operador do golpe e lobista que comandou a farsa da destituição’ da ex presidenta Dilma Rousseff.
Preso, Cunha constitui uma ameaça concreta à sobrevivência do governo de Temer devido ao conhecimento profundo que tem sobre figuras centrais da atual administração, concordou o colunista Kennedy Alencar.
Cunha foi o principal operador de esquemas de corrupção no governante Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Atuou como corrupto, cobrando subornos, mas também exerceu o papel de corruptor, outorgando recursos a políticos para que se comprometessem com suas prioridades no submundo de Brasília, comentou.
Segundo Alencar, citado pelo jornal digital Brasil 247, o peemedebista é uma personagem que conhece enormes segredos e ‘como responde a um caminhão de acusações’, só a delação premiada poderia lhe evitar uma longa condenação em prisão fechada e seria também a forma de proteger a seus familiares, algo que lhe preocupa bastante.
A prisão de Cunha é a primeira onda do tsunami da operação anticorrupção Lava Jato que deverá atingir a peemedebistas e tucanos (membros do Partido da Social Democracia Brasileira, PSDB), advertiu.
Vértice e motor da aliança golpista que derrubou à presidenta constitucional Dilma Rousseff mediante um processo de impeachment, o outrora todo poderoso deputado evangélico foi preso ontem pela Polícia Federal (PF), cumprindo uma ordem livrada por Moro.
Além da detenção, foi disposto o bloqueio de suas contas e bens, que totalizam mais de 220 milhões de reais (ao redor de 68 milhões 750 mil dólares).
Ao solicitar a prisão preventiva para Cunha, os promotores alegaram que sua liberdade supunha um risco para a instrução do processo e consideraram também que existia uma possibilidade concreta de fuga, em virtude de que este dispõe de recursos ocultos no exterior e dupla nacionalidade: brasileira e italiana.
Cunha, que foi cassado em seu mandato como legislador há um mês por quebra do decoro parlamentar, é réu em dois processos unidos ao esquema de corrupção de Petrobras e apontado como receptor de um montante superior a 10 milhões de dólares; dinheiro que se presume foram para suas contas secretas na Suíça.
Também pesam sobre ele acusações de lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e evasão fiscal, além de ser alvo de pelo menos outras seis investigações.

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