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quinta-feira, 21 novembro, 2024

Xéu segue o caminho de Neiva Moreira, Beatriz Bissio e Pablo Piacentini

Valter Xéu deveria ganhar um prêmio especial pela sua imensa contribuição ao jornalismo. Seria mais do que merecido. Valter criou Pátria Latina há 22 anos, primeiro como jornal impresso, depois como portal, e não só o mantém ativo e relevante como continua a ampliar sua cobertura. Um êxito, quando muitos outros veículos de comunicação desaparecem em muito menos tempo. Ou permanecem, mas sem relevância. 

Não vou repetir aqui como surgiu a ideia do que veio a ser Pátria Latina, em nossa memorável viagem a Cuba em 2001. O comandante Fidel via longe, era um excelente estrategista, e Valter captou muito bem a importância de romper o bloqueio as multinacionais da comunicação, a serviço do capital e do imperialismo.

Valter não só entendeu o que Fidel nos disse como, com muita disposição e empenho, levou à prática a sugestão de criar órgãos de imprensa para não só romper o oligopólio dos veículos submetidos aos interesses do capital e do imperialismo como também mostrar uma América Latina diferente daquela mal mostrada pela imprensa capitalista.

Ao criar Pátria Latina, Valter foi quase um pioneiro, em um momento em que a internet engatinhava. Seguia o caminho de Neiva Moreira, Beatriz Bissio e Pablo Piacentini, os fundadores do Cadernos do Terceiro Mundo, que, entre 1974 e 2006, tanto nos informou sobre o que hoje chamamos de Sul Global. 

Graças a Pátria Latina, temos informações sobre o que ocorre não só em nossa América como na África e na Ásia, e que a imprensa capitalista não conta – ou conta, eventualmente, com claro viés estadunidense e “ocidental”. A cobertura internacional da imprensa brasileira, além de tendenciosa e muitas vezes mentirosa, é medíocre e de baixa qualidade, seja nos jornais, nas emissoras de rádio e televisão e nas mídias eletrônicas. 

Pátria Latina nos ajuda a conhecer e entender melhor o que acontece no mundo sob uma perspectiva progressista e anti-imperialista. Permite que tenhamos acesso a fontes de informação ignoradas pela imprensa capitalista. Amplia nossa visão para as questões internacionais, sem perder a visão brasileira. 

Por tudo isso, parabéns a Valter Xéu e aos que viabilizam e colaboram com Pátria Latina.  

*Hélio Doyle é jornalista e professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB), exerceu o cargo de  secretário da Casa Civil do governo do Distrito Federal. foi presidente da EBC – Empresa Brasileira de Comunicação, é consultor de comunicação e política e diretor da WHD Comunicação/Editora Meiaum.

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