La Paz (Prensa Latina) Ares de subversão sopram nesta terça (26) da embaixada dos Estados Unidos na Avenida Arce nesta cidade após a chegada à Bolívia de sua nova encarregada de negócios, Debra Hevia, segundo o semanário La Época.
Por: Jorge Petinaud
A publicação especializada em análise política assegura na sua mais recente edição que é “muito importante referir o fato de ter exercido um cargo no Centro de Operações do Departamento de Estado (DOS), que se caracteriza como um espaço de desenho de estratégias de desestabilização”.
O artigo assinado por Jacinto Roca acrescenta que o DOS é um grupo de trabalho dedicado às tarefas de Inteligência e operações especiais do Departamento de Estado.
Especifica que Philip Goldberg continuou a operar a partir dessa estrutura subversiva depois de ter sido expulso da Bolívia em 2008 por promover e apoiar as ações violentas da oposição antidemocrática.
Este trabalho intervencionista baseou-se em relatórios de inteligência política fornecidos pela Drug Enforcement Administration (DEA), que também foi expulsa nesse mesmo ano, acrescenta o relatório.
Casado com um boliviano nascido em Tarija e com dois filhos, La Época comenta que após assumir o cargo em 14 de setembro, Hevia apareceu em um vídeo cordial e amigável.
A publicação alerta, no entanto, que por trás desta imagem “há um funcionário do Departamento de Estado com um perfil de especialidades, temas e tarefas específicas escritas numa escrita invisível”.
Em relação ao currículo de Hevia, La Época destaca que ela tem o posto de ministra conselheira e cumpriu missões na Bolívia, Nicarágua, Panamá e Equador, além de atuar no Escritório de Assuntos Centro-Americanos, após ter atuado como assessora política em Bucareste, Países Baixos e Eslováquia.
Ele enfatiza que suas fortes áreas de conhecimento são o tráfico de drogas, os direitos humanos e as liberdades individuais.
Apenas 24 horas depois de Hevia ter assumido a sua missão na Bolívia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, emitiu um documento no qual incluía o país serrano na lista dos “principais países de trânsito de drogas ou dos principais países produtores de drogas”. drogas ilícitas para o ano fiscal de 2024.”
A este respeito, o Ministro do Governo boliviano, Eduardo del Castillo, criticou que este texto foi “preparado unilateralmente” e que “carece de apoio técnico, com uma intenção claramente (geo)política”.
A lista apresentada por Biden inclui nações que assumem posições soberanas relativamente às aspirações hegemonistas de Washington na geopolítica global como China, Índia (membros dos BRICS juntamente com Brasil, Rússia e África do Sul), Colômbia, Honduras, Laos, México e Nicarágua.
Fontes do Itamaraty confirmaram que no dia 12 de julho o presidente Luis Arce manifestou oficialmente em mensagem aos líderes do Brics o desejo do Estado Plurinacional de fazer parte deste bloco.
Convidado por este grupo de países emergentes para a sua XV Cimeira sediada em Joanesburgo, o presidente destacou que a expansão deste grupo permitirá às nações aceder aos mercados internacionais sem a necessidade de comprometer a sua dignidade, sem condições políticas, sanções ou intimidação militarista, em uma alusão irritante a Washington.
Neste contexto, o cientista político boliviano e especialista em assuntos internacionais Hugo Siles disse que o que os Estados Unidos pretendem com a nova nomeação de Hevia é “mover um pouco as fichas” dos seus representantes do Departamento de Estado, das suas relações diplomáticas em face à ascensão dos governos progressistas de esquerda da América Latina.
La Época, no entanto, insistiu que “o perfil de Hevia, precedido por funcionários com ligações a operações de Inteligência e campanhas subliminares, será um fator ao qual o Governo deverá prestar muita atenção (…)”.
A sua atividade noutros países da América Latina e das Caraíbas poderá significar potencialmente a articulação de tarefas de desestabilização que, até agora, não tiveram um condutor, concluiu a publicação.