27.5 C
Brasília
quinta-feira, 18 abril, 2024

Tucanagem contra o petróleo brasileiro e a Petrobrás

Pedro Augusto Pinho*

A Petrobrás é fruto da coragem e da habilidade política do Presidente Getúlio Vargas, grande eleitor mesmo 63 após sua morte e da  atuação desta sua criação, que sempre promoveu o desenvolvimento nacional.

Como todos os brasileiros, desde os analfabetos até os que se orgulham de seus  dois neurônios, tem perfeito conhecimento, a Petrobrás sempre sofreu a oposição das forças que representam entre nós os interesses estrangeiros, a escravidão e a ignorância.

Não me deterei na história destas agressões, sempre com o duo corrupção-comunismo, único discurso que estes inimigos do Brasil conseguem articular. Mas é interessante relembrar o que ocorreu em 1964.

Vitorioso o movimento militar, a Petrobrás, tida como antro de corrupção e comunismo, foi no dia 7 de abril de 1964 entregue para a “depuração” ao Marechal Adhemar de Queiroz.

Competente comandante, o Marechal procurou, logo que assumiu, conhecer detalhadamente a empresa. Conversou com chefes e subordinados, com os possíveis aliados do 31 de março e os que se recolhiam temerosos de represálias. Concluiu que a Petrobrás era muito menos corrupta do que a imensa  maioria das  empresas privadas, nacionais e estrangeiras, que conhecera ao longo de sua carreira; também os comunistas eram muito menos numerosos do que os que trabalhavam nos Diários Associados e no Globo que cantavam loas à “Revolução”. E nem pensavam em enriquecer com o “ouro para o bem do Brasil” de  Chateaubriand.

Foi um defensor da Petrobrás contra os quadros do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e da Consultec que cercavam o Presidente Castelo Branco.

A Petrobrás cresceu, fez surgir empresas brasileiras em diversas áreas da engenharia, promoveu o desenvolvimento tecnológico, patrocinou pesquisas acadêmicas e projetos de cultura nacional. Tornou-se uma invejável e grande empresa, quando foi assaltada em 24 de março de 1999 pelo tucanato.

Desde então passou a sofrer os oito anos de demolição sob a chefia do francês Henri Philippe Reichstul, até 2001, e do banqueiro, formado na Wall Street, Francisco Gross, até 2003.

Além de alterar a situação jurídica da Petrobrás, pela Lei nº 9478/1997, reestruturaram a organização da empresa, facilitando a ação corrupta de seus gerentes e dirigentes, pela quebra da linha hierárquica até então vigente.

Houve, ainda, um grande negócio que mereceria a ação competente do Ministério Público Federal (MPF), não fosse hoje esta instituição, por vários de seus membros, um braço do tucanato.

Em 2000, a Petrobrás de Reichstul começa a vender suas ações na Bolsa de Nova Iorque. Hoje 29,83% das ações ordinárias e 44,23% das ações preferenciais estão em mãos de pessoas físicas e jurídicas no exterior.

Observe  o caro leitor que não afirmo serem estrangeiras. É possível, e a decisão de Pedro Parente de dar um presente de quase 3 bilhões de dólares a estes “investidores no exterior” nos leva a cogitar que não necessariamente estrangeiros, mas brasileiros, com recursos e disponibilidades políticas, tenham constituído pessoas jurídicas, em paraísos fiscais, para se locupletarem com as ações da Petrobrás.

Um acordo, à revelia dos acionistas brasileiros, já é um ponto de suspeição. A inércia do MPF em ato de tal gravidade torna-o ainda mais suspeito e, como mais um indício, a Polícia Federal de Temer, ou seria do PMDB?, procurando qualquer incriminação da família Lula, não tem tempo nem quadros para investigar esta potencial evasão de divisas.

E a Petrobrás se verá desfalcada mais uma vez em seu caixa.

E, assim, os governos tucanos, direta ou indiretamente, vão transferindo as reservas brasileiras de petróleo para o controle alienígena e a maior e mais tecnologicamente aparelhada empresa nacional, vai sendo destruída por seus administradores.

Este é o ódio que alguns nascidos no Brasil devotam ao nosso País. Como escrevia Camões, no episódio de Inês de Castro, nos Lusíadas, “com falsas e ferozes razões” – corrupção e comunismo – condenam à miséria, à humilhação, à vida de escravos, e por que não à morte como os filhos de Inês, milhões e mais milhões de brasileiros.

Façamos de 2018 o ano da independência.

*Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

ÚLTIMAS NOTÍCIAS