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segunda-feira, 7 outubro, 2024

TERÁ COMEÇADO A III GUERRA MUNDIAL?

Cogumelo nuclear.

Strategic Culture Foundation [*]

O fato de a OTAN  estar a intensificar seu apoio de combate aos militares ucranianos tanto na Grã-Bretanha como em territórios de outros Estados é uma prova clara de que o eixo liderado pelos EUA está em guerra com a Rússia. Já não se trata de uma guerra por procuração, mas sim de uma guerra multinível em grande escala.

“Não lutaremos numa guerra contra a Rússia na Ucrânia”. Assim disse o presidente Joe Biden em março deste ano, ao mesmo tempo que se gabava de encher a Ucrânia com armas letais a fim de assegurar que o regime de Kiev apoiado pela NATO não fosse derrotado.

O discurso de Biden à nação foi de um tom agourento: “Um confronto direto entre a NATO e a Rússia é a Terceira Guerra Mundial, algo que temos de nos esforçar por evitar”.

Deveríamos ter esperado que essa terrível e insensata contradição mais cedo ou mais tarde se tornasse manifestamente insustentável. Na verdade, o povo americano e o mundo foram enganados por um fantoche belicista na Casa Branca.

Na realidade, parece que a administração Biden e os seus parceiros da NATO tudo fizeram para que a guerra contra a Rússia acontecesse. As palavras deste presidente americano (como as dos seus antecessores) não têm credibilidade. Apesar da sua aparente grave advertência sobre a prevenção da Terceira Guerra Mundial, o manequim na Casa Branca facilitou este mesmo resultado ao serviço abjeto dos interesses imperialistas dos EUA. Biden tem sido um servidor leal do belicismo americano há mais de 50 anos, apoiando todas as guerras criminosas que o imperialismo dos EUA tem travado. Contudo, é um erro culpar pessoalmente Biden, um assim chamado democrata. Ele é apenas a figura de proa de um sistema que precisa da guerra para funcionar. Se por acaso Donald Trump ou algum outro político republicano estivesse na Casa Branca, veríamos sem dúvida o mesmo dilema desprezível.

Relatos de ataques militares à Crimeia e outras partes da Federação Russa estão a aumentar. A Região de Belgorod, vizinha da Ucrânia, foi bombardeada várias vezes com evacuação de aldeias. Um drone ucranianos também confirmadamente tentou atacar a Ponte de Kerch que liga o continente russo com a Crimeia. A ponte de 19 km foi inaugurada em maio de 2018 pelo presidente russo, Vladimir Putin, e teve um custo de US$3,7 mil milhões.

Ainda não está claro quais são as causas exatas destas explosões. Inicialmente, autoridades russas afirmaram que foram incêndios acidentais, mas agora estão a admitir que foram cometidos atos de sabotagem. Relatos dos media ocidentais afirmam que mísseis ou drones dos EUA e da OTAN estão envolvidos. Os Estados Unidos estão a aumentar seus fornecimentos de armas ofensivas de grande alcance bem como de explosivos C-4 para operações de sabotagem. Munições no valor de até US$40 mil milhões foram prometidas pelos EUA, Grã-Bretanha, Polónia, Alemanha e outras potências da OTAN  para apoiar o regime de Kiev infestado de nazis na sua guerra contra a Rússia. A Ucrânia entrou numa orgia de militarismo ocidental.

A conduta militar do regime de Kiev está a ser supervisionada pela inteligência americana e britânica. Ataques à Crimeia e presumivelmente a outras partes da Federação Russa são aprovados por Washington e Londres.

Para além de uma inundação sem precedentes de armas da NATO na Ucrânia, é cada vez mais evidente que o eixo liderado pelos Estados Unidos está a treinar as forças ucranianas.

Esta semana, foi noticiado que soldados ucranianos estão a ser treinados na Grã-Bretanha para irem combater. Numa conferência em Copenhaga, na semana passada, os programas britânicos de recrutamento e treino para a Ucrânia foram apoiados por outros membros da OTAN, incluindo a Dinamarca, Canadá, Polónia e os estados Bálticos. Os Estados Unidos e os seus aliados da NATO têm realizado treino de combate na Ucrânia há anos. Esta foi em parte a razão pela qual as forças russas entraram na Ucrânia em fevereiro deste ano a fim de neutralizar uma ameaça crescente à segurança nacional.

O facto de a OTAN estar a intensificar seu apoio de combate aos militares ucranianos na Grã-Bretanha e nos territórios de outros Estados é uma prova clara de que o eixo liderado pelos EUA está em guerra com a Rússia. Já não é uma guerra por procuração, mas ao invés de uma guerra multinível em grande escala.

Outro desenvolvimento sinistro foi o envio de bombardeiros de longo alcance americanos B-52 para a Suécia esta semana. O país nórdico está para ser, em breve, um novo membro da OTAN, juntamente com a Finlândia. O movimento combinado pretende ser uma ameaça calculada para a região Ártica da Rússia. Há muito que o Ártico tem visto forças crescentes da NATO a ameaçarem a Rússia, mas o primeiro destacamento de bombardeiros B-52 com capacidade nuclear para a Suécia é um “sinal importante”, como se vanglorio o ministro da Defesa sueco, Peter Hultqvist.

Tudo isto mostra uma lógica hedionda e implacável para a guerra. Os temores públicos de Biden acerca da Terceira Guerra Mundial eram apenas uma asneira desprezível. Os Estados Unidos estão a preparar-se para hostilidades contra a Rússia desde pelo menos o golpe de Estado da CIA em Kiev, em 2014. Não importa realmente quem se senta na Casa Branca. Obama, Trump, Biden, como outros antes deles, são todos boys para o imperialismo estado-unidense. O regime dominante americano tem um vício desesperado para a guerra a fim de reavivar o seu poder global decrescente e uma economia capitalista falida. É por isso que Washington está inflexivelmente a alimentar de modo imprudente tensões perigosas com a Rússia e a China, como assinalou Putin esta semana.

O simples conjunto do envolvimento militar na Ucrânia e a nova e perigosa fase de ataque ao território russo significa que o eixo da NATO liderado pelos EUA está de facto em guerra contra a Rússia. O eixo consiste em 30 nações (não incluindo a Suécia e a Finlândia) mais outros aliados não pertencentes à OTAN, tais como a Austrália e a Nova Zelândia. Armas de longo alcance de capacidade ofensiva crescente, bem como o treino de forças militares, estão a fluir para a Ucrânia a partir de todas estas nações lideradas pelos Estados Unidos.

Em dezembro último a Rússia apelou a uma resolução diplomática acerca de antigas preocupações estratégicas quanto à OTAN e à Ucrânia. Aqueles apelos foram arrogantemente afastados por Washington e seus vassalos. Anteriormente, reservas aparentes entre membros da OTAN acerca do envio de armas letais para a Ucrânia também foram descartadas. Evidentemente, também foram abandonadas a reservas anteriores acerca do início de um conflito internacional.

Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e outras potências imperialistas estão deliberadamente a abrir as torneiras para provocar um banho de sangue na Ucrânia. O regime fascista que eles estão a apoiar em Kiev está perversamente a utilizar o terrorismo nuclear ao atacar a maior central nuclear da Europa em Zaporozhye. E ainda assim os patrocinadores ocidentais continuam a duplicar provocações à Rússia, provocações essas que agora parecem incluir ataques a território soberano russo.

Moscou tem advertido reiteradamente que “centros de tomada de decisão” serão alvejados se o seu território for atacado. Esta advertência implica que as capitais ocidentais são vulneráveis. A Rússia também advertiu que se a sua segurança nacional for ameaçada reserva-se então o direito de utilizar armas nucleares para a defesa. O impensável está a tornar-se pensável. Os estados ocidentais estão sob o domínio de uma agenda belicistas e o sistema dos media atua como um ministério da propaganda para a guerra. Vergonhosamente, há escassas vozes políticas no ocidente a pedirem negociações diplomáticas para a paz.

As impulsivas potências ocidentais lideradas pelos EUA não parecem reconhecer quaisquer limites. Todo o conflito sobre a Ucrânia demonstra a implacável lógica de beligerância em direção à Rússia em que os regimes dominantes no ocidente estão viciados, do mesmo modo como estão em relação a qualquer outra nação que seja percebida como um obstáculo às suas ambições de poder global. Os regimes ocidentais de modo impotente e irremediavelmente destinados à guerra pouco lhes importando os interesses democráticos e vontade das suas populações ou os constrangimentos do direito internacional. Lá se foi a ordem baseada em regras! Os governantes ocidentais e seus fantoches estão a conduzir seus povos o resto do mundo para o abismo.

De modo incrível, parece que as mesmas vis forças políticas e económicas que criaram as duas guerras mundiais anteriores estão a salivar outra vez. E elas estão a desencadear os seus desejos apocalípticos com as mesmas mentiras e enganos farisaicos.

Ver também:

Empleados de la planta nuclear de Zaporozhie instan a Kiev a cesar los ataques: “de lo contrario será irreparable” (censurado na UE, para acessar utilize VPN)

O original encontra-se em www.strategic-culture.org/news/2022/08/19/has-wwiii-started/

Este editorial encontra-se em resistir.info

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