Por Manuel Robles Sosa, enviado especial La Paz (Prensa Latina) Surtos de violência semelhantes aos que desestabilizaram o governo de Evo Morales há um ano geram preocupação na Bolívia, junto com a confissão de um líder de direita de que financiou esse movimento.
Os lesados denunciaram que foram impedidos de participar de uma reunião dos representantes de Santa Cruz na Câmara dos Deputados, em um atentado semelhante ao cometido no golpe que levou ao golpe contra o então presidente Evo Morales há um ano.
Por outro lado, desconhecidos incendiaram a casa da ex-deputada do MAS Muriel Cruz na cidade de Montero, no departamento oriental (província) de Santa Cruz, e a vítima disse que se tratava de um vandalismo de fundo político, uma vez que recebe constantes ameaças devido à sua militância.
O ataque foi condenado pelo Escritório boliviano do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que pediu um diálogo para resolver problemas como o de Montero.
O ataque ocorreu no contexto de um conflito pela prefeitura da cidade, onde a maioria dos vereadores, do MAS, nomeou Teresa Paz como chefe do cargo para substituir Miguel Hurtado, do grupo Creemos, cujo chefe é o evangélico o direitista Luis Camacho.
Camacho ganhou as manchetes ao admitir que financiou a greve geral e os protestos em Santa Cruz que foram fundamentais para a renúncia de Evo Morales e que setores da oposição se apresentam como uma rebelião cidadã.
Após a instalação do governo de fato, há um ano, o personagem declarou que seu pai milionário – ligado a ditaduras anteriores – ‘acertou’ com os comandantes militares para evitar a repressão à violência de direita e pressionar Morales a renunciar. motim policial anterior em que foram mediados subornos.
O grupo de Camacho, Creemos, a terceira força parlamentar, protestou ontem contra a decisão da legislatura de declarar ‘Heróis do Estado Plurinacional da Bolívia’ os que morreram na repressão policial e militar contra as manifestações anti-golpe, em 2019.
Atitudes como as delineadas parecem ser a resposta da extrema oposição à mão estendida pelo presidente Luis Arce, anunciando um governo para todos os bolivianos e pedindo a superação dos ressentimentos em prol da unidade nacional.