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terça-feira, 19 março, 2024

Sting e indígenas do Brasil pedem ajuda a OMS contra Covid-19

Brasília, 5 mai (Prensa Latina) O cantor e compositor britânico Sting, junto a organizações indígenas brasileiras, pediram ajuda à Organização Mundial de Saúde (OMS) para proteger hoje os povos nativos da Amazônia contra o coronavírus e as políticas erradas do presidente Jair Bolsonaro.

Coordenada pela Frente Parlamentar Conjunta em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, a carta enviada à OMS pede ao organismo que recomende aos países de América Latina e em especial o Brasil que priorize medidas específicas para garantir a vida das comunidades originárias contra a pandemia mundial.

O documento, apoiado pelas maiores entidades aborígenes, como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, chama a atenção para a falta de estrutura do sistema de saúde para garantir equipamentos de proteção aos profissionais que atendem estes povos.

A deputada Joenia Wapichana explicou que a carta, dirigida ao diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e que leva também a assinatura da ex-presidenta Dilma Rousseff, é um apelo à comunidade internacional para que apoie e avalie a criação de um fundo de emergência para proteger os indígenas.

Para o grupo demandante, os nativos (cerca de 900 mil no país) se encontram entre os vulneráveis à contaminação pelo coronavírus.

Esta vulnerabilidade se deve às ‘especificidades de seu modo de vida, incluindo a coabitação e compartilhamento de mantimentos e espaços’, que poderiam acelerar a transmissão da doença e dificultar a implmentação de medidas preventivas, alertam.

Também, agregam, pesam as ‘pré-existentes desigualdades em saúde, com a elevada prevalência de doenças e agravos, [qu os tornam mais susceptíveis a complicações’.

Os signatários do documento denunciam também o governo de Bolsonaro por estabelecer, no meio da calamidade sanitária, uma medida que permite invasões de terras indígenas por parte de agricultores e exploradores de madeiras, o que está proibido pela Constituição.

Criticam a insuficiência das medidas de apoio às comunidades, que implicam a deslocamento das aldeias às cidades nas quais há transmissão comunitária do patogênico.

Alertam que reina, da mesma forma, a invisibilidade dos nativos que vivem nas cidades nos informes epidemiológicos relacionados ao vírus.

Últimos dados do Ministério de Saúde revelaram que seis indígenas faleceram pela Covid-19 no Brasil, onde 105 foram registrados infectados. Também se detectaram casos em outros países amazônicos, como Colômbia e Peru.

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