Quito, 12 de novembro (Prensa Latina) Os prolongados cortes de energia elétrica no Equador causam hoje perdas de quatro bilhões de dólares ao setor produtivo, segundo cálculos do Comitê Empresarial Equatoriano.
A entidade destacou ainda que as vendas diminuíram 20 por cento devido a diversos fatores, incluindo despesas adicionais, como a compra de geradores e diesel, a suspensão ou modificação no planeamento da produção, e que as pessoas compram menos.
Além disso, estima-se que em consequência dos apagões, iniciados há mais de um mês, haja menos cinco por cento de empregos, embora esta informação ainda esteja em análise, informou o canal Ecuavisa.
Diante dos prejuízos, os empresários pedem flexibilização tributária e que os cronogramas das interrupções anunciadas sejam respeitados.
O prefeito de Quito, Pabel Muñoz, afirmou que os cortes de energia sufocam os negócios que dependem da energia para sobreviver.
“Não podemos ficar de braços cruzados enquanto muitos estão à beira da falência. Quito não vai parar em dezembro e continuará com os eventos programados (produzidos com autossuficiência e sem conexão à rede pública), para impulsionar a economia”, informou Muñoz.
Por sua vez, alguns produtos agrícolas como a mandioca, o melão ou a banana subiram de preço nos mercados desta capital.
O Ministério de Energia e Minas anunciou que os apagões diários de 12 horas iniciados no último fim de semana continuarão nos próximos dias.
O Executivo equatoriano atribui a crise energética à pior seca dos últimos 60 anos, embora especialistas e cidadãos apontem que a origem da emergência está na falta de investimento e previsão das autoridades, que não adotaram medidas em resposta à relatórios que previam a seca.
Nesta semana, as condições climáticas não favorecerão a recuperação dos níveis de água nas áreas de influência das principais hidrelétricas do Equador, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia e Hidrologia (Inamhi).
O presidente do Equador, Daniel Noboa, nomeou Arturo Félix Wong, ex-ministro do Governo, como assessor da embaixada na Colômbia, onde será responsável pela negociação da compra de energia elétrica.