Moscou, (Prensa Latina) O vice-ministro russo de Defesa Anatoli Antónov afirmou nesta quarta (04) que nas tropas do Estado islâmico (EI) na Síria e Iraque combatem entre 20 mil e 30 mil estrangeiros, muitos procedentes de seu país e do continente asiático.
Ao intervir na terceira Reunião de titulares de Defesa da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e seus sócios de diálogo, inaugurada na segunda-feira em Kuala Lumpur, Antónov advertiu que a maioria desses terroristas estrangeiros procedem da região Ásia-Pacífico.
O vice-ministro alertou sobre o perigo que representa que esses extremistas “voltem a suas casas com esse potencial de violência e extremismo”, sigam promovendo as ideias radicais e comecem a organizar sabotagens.
Uma das tarefas principais na Síria e no Iraque consiste em deter tal ameaça, explicou Antónov ante os ministros de Defesa das 10 nações da ASEAN, mais Austrália, China, Japão, Índia, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Estados Unidos, que junto a Rússia ostentam a categoria de sócios de diálogo regionais.
Ao ordenar uma operação das Forças Aeroespaciais russas desde 30 de setembro último em respaldo ao Exército de terra sírio, o presidente Vladimir Putin informou que entre cinco mil e sete mil combatentes da Rússia e outras repúblicas ex-soviéticas integram as tropas do EI.
O Estado Maior General de Moscou informou que desde o início das operações os pilotos russos realizaram 1.631 voos combativos, destruíram 2.084 objetivos da infraestrutura militar do EI e outros grupos terroristas e eliminaram mais de mil efetivos terroristas, entre eles uns 30 de seus principais cabeças.
Todos estes golpes provocaram uma mudança qualitativa na situação operativa, caracterizada hoje porque as forças fiéis a Damasco mantém a iniciativa e avançam para pontos e zonas estratégicas.
Fontes militares citadas por Novosti confirmaram hoje o controle total pelo Exército sírio da autopista Ithriya-Khanasar-Salamyeh, que une Alepo com o resto do país através de Hama, e é uma artéria chave para o abastecimento das forças governamentais.
Neste contexto, o vice-chanceler Mijail Bogdanov qualificou de úteis e frutíferos os contatos entre a Frente de Defesa da Rússia e representantes da denominada oposição moderada síria com vista a coordenar os golpes contra o EI, além de avançar na busca de um arranjo político do conflito.
Por sua vez, o enviado especial da ONU para Síria, Staffan de Mistura, declarou hoje em Moscou que a comunidade internacional deve ajudar às autoridades sírias e os opositores a iniciar um diálogo sem condições prévias, segundo o lembrado recentemente em Viena.
O servidor público da ONU coincidiu com Moscou em uma pergunta da imprensa em que o futuro do presidente constitucional sírio, Bashar al-Assad, incumbe aos nacionais desse país.