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quinta-feira, 5 dezembro, 2024

Repressão em cidade argentina deixa 170 feridos e 69 detidos

Buenos Aires, 21 de junho (Prensa Latina) Cerca de 170 feridos e 69 detidos é o balanço da violenta repressão oficial que continua até hoje na cidade argentina de San Salvador de Jujuy contra manifestantes contrários a uma constituição provincial aprovada na véspera.

A reação policial excessiva assumida pelo governador local, Gerardo Morales, inclui o uso de balas de borracha (algumas denunciam que também são de chumbo), gás lacrimogêneo e veículos especiais contra os protestos, disse ao Télam Pablo Jure, diretor do serviço policial agência de notícias, emergências naquela cidade.

Os atos repressivos contra a rejeição do texto constitucional, especialmente por legitimar a violência, proibir protestos e infringir os direitos indígenas sobre a propriedade da terra, foram criticados pelo governo, depois que Morales culpou seus líderes pelos eventos.

“Vocês”, respondeu o presidente Alberto Fernández, “são os únicos responsáveis ​​por ter conduzido nossa amada província de Jujuy a esta situação limite tentando impor uma reforma constitucional que não respeita a Constituição Nacional”.

Por sua vez, a vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner pediu ao governador que pare “a loucura repressiva que suas próprias ações desencadeiam. O que está acontecendo na Província de Jujuy é de sua absoluta responsabilidade e vocês sabem disso. Parece – sublinhou – que a repressão selvagem está no seu ADN».

As alegações do ex-presidente aludiam ao fato de que Morales era um alto funcionário do governo do ex-presidente Fernando de la Rúa, que interrompeu seu mandato em dezembro de 2001 após ordenar uma repressão que causou 38 mortes.

Mídias como o Página/12 também associaram a estratégia de Morales a uma campanha antigovernamental para instalar a ideia de que o partido governista quer desencadear um caos maior na região, com o suposto objetivo de afetar a candidatura presidencial do governador de Jujuy pela coligação Juntos pela Mudança.

Os atuais dirigentes – destaca o jornal – denunciam a política de “mão-forte” que Morales começou a aplicar desde 2015, quando assumiu o governo de Jujuy e que agora se intensificou com uma reforma constitucional repudiada por grupos sociais da província.

A repressão policial naquela demarcação persiste desde o início da greve em 5 de junho, mas se agravou no sábado com dezenas de feridos graves, entre eles um adolescente que perdeu um olho após ser baleado, enquanto um turista foi espancado e detido ilegalmente.

Líderes dos manifestantes anunciaram que vão continuar com as mobilizações, agora com mais força devido à decisão dos legisladores provinciais de empossar a nova Constituição apesar da extrema violência contra os manifestantes, alguns dos quais denunciaram que a Polícia disparou balas de chumbo.

San Salvador de Jujuy é uma cidade no noroeste da Argentina, chefe do departamento Doutor Manuel Belgrano e capital e cidade mais populosa da província de mesmo nome.

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