Foto: Christian Braga/Greenpeace
Por Iram Alfaia, no site Vermelho:
Em agosto de 2019, logo após a posse de Bolsonaro, o mundo ficou estarrecido com os incêndios que atingiram em cheio a floresta amazônica e, no ano seguinte, alcançou proporções mais alarmante. Agora, no final do mandato do ecogenocida, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 31.513 alertas de incêndio na região nos primeiros 30 dias do mês passado, sendo o pior agosto desde 2010, quando foram apontados 45.018 focos.
Era o início de um governo que se caracterizou pelo desmonte de todo o aparelho de fiscalização e combate aos crimes ambientais.
Os dados divulgados nesta quinta-feira (1º), pelo Programa Queimadas do Inpe, revelam que este é o quarto ano consecutivo com o número acima de 28 mil focos.
De acordo com levantamento do site especializado Amazônia Real, o Pará segue em primeiro lugar no mês de agosto, com 11.364 focos, seguido do Amazonas, com 7.659, e Mato Grosso, com 5.156. Os municípios que se destacam no estado são: Altamira, São Félix do Xingu, Novo Progresso (PA); Apuí, seguido de Lábrea, Novo Aripuanã e Manicoré (AM); Porto Velho (RO); e Colniza (MT).
Um dado preocupante é que em agosto começa o período mais crítico da estiagem na Amazônia. A partir deste mês a expectativa é que cresça ainda mais o número de desmatamento e queimadas na região.
WWF
“O descontrole das queimadas observado nos últimos quatro anos está estreitamente associado a um aumento do desmatamento e da degradação florestal nesse período. A Amazônia é uma floresta tropical úmida e, ao contrário do que ocorre em outros biomas, o fogo não faz parte de seu ciclo natural, explicou Mariana Napolitano, gerente de ciências do WWF-Brasil.
De acordo com a ONG, este ano, já foram registrados mais de 46 mil focos de queimadas na Amazônia, sendo mais de 70% em agosto. “O descontrole das queimadas observado nos últimos quatro anos está estreitamente associado a um aumento do desmatamento e da degradação florestal nesse período”, afirmou a gerente.
O WWF ainda avaliou que a situação está fora de controle desde 2019, quando teve início a política de desmantelamento dos sistemas federais de proteção ambiental que marca a gestão de Bolsonaro.
“O governo Bolsonaro tem promovido uma política antiambiental. Durante sua gestão, Bolsonaro repetiu que não há queimadas na Amazônia, negando dados incontestáveis” disse Raul Valle, especialista em Justiça Ambiental e Direito dos Povos do WWF.