Depois da aprovação nesta terça-feira em plenário da legislatura de uma resolução proposta pela deputada Viviana Veloz, com 88 votos a favor, o líder parlamentar, Virgílio Saquicela, vai ordenar a divulgação da documentação sobre o caso.
Transcorridas 48 horas e em um tempo máximo de cinco dias se iniciaria assim o julgamento do impeachment contra o chefe do Executivo, que terá direito a três horas de defesa.
O Ministério Público pode também apresentar os seus argumentos, neste caso a prova do alegado crime de peculato, podendo os 137 deputados da Assembleia falar durante 10 minutos cada.
Provavelmente será uma sessão longa, podendo até durar mais de um dia.
No entanto, não será imediatamente após as intervenções que a possível censura do presidente será colocada em votação, mas cinco dias após o encerramento do debate.
Para destituir o presidente, serão necessários 92 votos, ou seja, maioria qualificada.
Embora o governo insista na inocência de Lasso, a deputada Gissela Garzón, do Revolução Cidadã, explicou à Prensa Latina que há evidências da responsabilidade política de Lasso.
Há um contrato entre a estatal Flota Petrolera Ecuatoriana e a Amazonas Tanker no qual se baseia a denúncia, além de três relatórios que indicam os prejuízos ao Estado do referido acordo, assinalou Garzón.
Ele destacou que, apesar de tudo, o presidente e seu delegado, Hernán Luque, que liderava a diretoria da Empresa Coordenadora de Empresas Públicas, concordaram em estender o acordo da Flopec.
Isso indica a responsabilidade política pelo crime de peculato da autoridade máxima do país, enquanto a questão criminal está nas mãos da justiça, apontou o legislador.
O processo de impeachment ocorre em um contexto de rejeição popular à gestão do presidente, a quem pesquisas recentes atribuem mais de 80% de desaprovação entre os equatorianos.