Protesto em Buenos Aires a favor do aborto, em 19 de fevereiro de 2020
Alberto Fernández afirma que enviará proposta ao Congresso em dez dias, argumentando ser preciso respeitar a “decisão individual de livremente dispor do próprio corpo”. Senado barrou descriminalização da prática em 2018.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou neste domingo (01/03) que enviará ao Congresso nos próximos dez dias um projeto de lei para legalizar o aborto, proposta que conta com o apoio de grande parte da população, mas também é alvo da oposição de grupos religiosos.
“No século 21, toda sociedade precisa respeitar a decisão individual de seus membros de dispor livremente de seus corpos”, argumentou o presidente.
Fernández disse que a iniciativa que enviará ao Congresso legalizará o aborto nos “estágios iniciais da gravidez” e permitirá que as mulheres tenham acesso ao sistema de saúde quando tomarem a decisão de abortar.
“Os desafios enfrentados pelas mulheres que desejam ter filhos são diferentes daqueles enfrentados por aquelas que decidem interromper a gravidez. Um Estado atencioso precisa acompanhar todas”, afirmou. Segundo o presidente, a legislação atual sobre “não é eficaz”.
O aborto é punido desde 1921 pelo Código Penal Argentino, com exceção dos casos em que a gravidez ponha em perigo a vida ou a saúde da mulher, resultar de estupro ou for fruto de abuso contra uma mulher com deficiência intelectual.
“O aborto acontece, é um fato”, argumenta Fernández