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sexta-feira, 26 julho, 2024

Por que os Estados Unidos querem conter o avanço econômico da China?

© AP Photo / Andy Wong

Sputnik – A recente visita do Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, à China destacou, entre outras coisas, o gosto de Washington em usar ameaças e ultimatos como táticas de negociação.

Na sexta-feira (26), Antony Bliken se encontrou com o presidente da chinês, Xi Jinping. Segundo Aleksei Maslov, diretor do Instituto de Estudos Asiáticos e Africanos da Universidade Estatal de Moscou, o principal objetivo da visita era iluminar a posição dos Estados Unidos em relação à China e ao demais países que moldam suas políticas em relação à Rússia e ao desenvolvimento da Ásia de forma independente.
Essencialmente, os EUA querem que a China cesse a sua assistência tecnológica e financeira à Rússia, assim como diminua o apoio governamental às empresas chinesas que operam nos mercados ocidentais, disse Maslov à Sputnik, observando que estas exigências foram entregues na forma de um ultimato.
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O especialista ressaltou ainda que os EUA já revelaram como farão para pressionar a China a cumprir as ordens de Washington.
Estas medidas incluem triplicar as tarifas existentes sobre as exportações chinesas de aço e alumínio, aumentar as restrições contra os bancos chineses, podendo até cortar alguns destes bancos do SWIFT, e impor sanções contra certas empresas chinesas que seriam impedidas de exportar os seus produtos para os EUA.
A China, no entanto, afirmou firmemente que decidirá por si mesma com quem negociar, observa Maslov, afirmando que Pequim ofereceu a Washington resolver as suas diferenças através de negociações.

“A China adotou uma postura muito menos dura e extremista, oferecendo-se para resolver as questões através de negociações, como costumam fazer, dizendo que há espaço suficiente na Terra para os Estados Unidos e para a China e que não há necessidade de se envolver em negociações sérias e brigas.”

Nos últimos anos os Estados Unidos se contentaram em ver a China expandir as suas políticas comerciais, desde que a nação não entrasse na fase de desenvolvimento de alta tecnologias e estas não competissem com as tecnologias ocidentais no mercado.
Assim, explica Maslov, os Estados Unidos querem que a China continue a ser uma “fábrica mundial” e que fabrique produtos de consumo para os países ocidentais e para as nações da ASEAN, enquanto a esfera da alta tecnologia deve continuar como domínio dos Estados Unidos e do mundo ocidental.
“Essencialmente, o que se esperava que a China alcançasse em cinco a sete anos, a China poderá alcançar em três ou quatro anos. Este é um nível crítico em que os EUA podem perder o controle ou pelo menos o monopólio de uma série de tecnologias”, disse.

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