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Sputnik – Primeiro-ministro diz que a suspensão do envio de armas visa privilegiar o armamento das Forças Armadas da Polônia, país que faz fronteira com a Ucrânia e que vinha sendo um dos mais ferrenhos aliados do regime de Vladimir Zelensky na União Europeia (UE).
A Polônia deixou de fornecer ajuda militar à Ucrânia para priorizar o aparato bélico de suas Forças Armadas. A informação foi dada pelo primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, no canal de televisão Polsat.
Trata-se de mais um movimento oposto de Varsóvia em relação à nação vizinha, algo que, por sua vez, tem forte indicação de que a diplomacia polonesa está se desvencilhando do apoio incondicional que manteve, até então, a Kiev.
“Não estamos mais transferindo armas para a Ucrânia com base no fato de que nós mesmos estamos, agora, nos armando com as armas mais modernas”, disse o primeiro-ministro.
As autoridades polacas enfatizaram repetidamente que o país ocupa o terceiro lugar em termos de fornecimento de armas para a Ucrânia, atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido.
No final de julho, foi noticiado que a assistência militar prestada por Varsóvia ao regime de Kiev girava em torno de três bilhões de euros (R$ 15 bilhões) naquele mês.
Em abril do ano passado, a Polônia anunciou o envio de equipamentos e armas no valor de 1,5 bilhão de euros (R$ 4,5 bilhões) para o regime de Kiev. Ao longo do ano, o montante aumentou em 1 bilhão de euros (R$ 5 bilhões), enquanto nos últimos três a quatro meses foi prestada assistência no valor de 500 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão). Como parte da assistência, a Ucrânia recebeu tanques e outros veículos blindados, aviões de combate e drones, canhões e foguetes de artilharia, sistemas de defesa aérea, bem como uma variedade de munições de vários fins e calibres.
Recentemente, as relações polaco-ucranianas tornaram-se significativamente mais complicadas devido ao embargo imposto por Varsóvia à entrada de grãos provenientes da Ucrânia. A proibição aos grãos ucranianos tem como objetivo proteger a agricultura polaca, afetada por uma crise após ser inundada por grãos ucranianos.
Em 15 de setembro, a Comissão Europeia decidiu suspender o bloqueio à importação de grãos ucranianos em países fronteiriços da União Europeia. Ao mesmo tempo, obrigou Kiev a introduzir medidas de controle de exportação. No mesmo dia, Polônia, Hungria e Eslováquia anunciaram que não vão cumprir a determinação da comissão.