Moscou (Prensa Latina) O diretor do departamento latino-americano do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Schetinin, assegurou em entrevista publicada hoje que a Cúpula das Américas demonstrou o quão desaconselhável é a política dos Estados Unidos para aquela região.
O funcionário destacou que a Doutrina Monroe (“América para os americanos”), que Washington está tentando reviver, não funciona mais, falando à agência de notícias TASS no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (Spief).
De acordo com o representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, os resultados práticos da cúpula mostram que a discussão foi sobre questões muito específicas, não globais, o que não é coincidência, pois tais questões, que costumavam ser levadas em consideração nas negociações bilaterais, relações, são impossíveis de abordar agora.
“Temos a China na região, há a Rússia e há outros países presentes. E o mais importante, a Doutrina Monroe na forma que eles estão tentando reviver não está mais funcionando. E a Cúpula das Américas mostrou claramente que.”, sublinhou.
Schetinin ressaltou que há vários países latino-americanos interessados em se aproximar dos integrantes do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e destacou sua confiança na continuidade da cooperação da Rússia com essas nações.
“Em que formato? Vamos concordar, em primeiro lugar, com nossos parceiros dessa associação e com aqueles países que querem estar mais próximos dos BRICS, inclusive no que diz respeito à América Latina”, disse.
Em outra parte da entrevista, o responsável pela América Latina no Ministério das Relações Exteriores da Rússia considerou que as políticas implementadas pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, demonstraram sua eficácia em condições econômicas difíceis.
“A economia venezuelana mostrou na prática que é forte, que a política governamental realizada pelo presidente Maduro nos últimos anos em condições muito difíceis demonstrou sua eficácia, sua eficiência”, afirmou.
Ressaltou que há importantes tendências positivas na vida econômica da Venezuela e espera que sejam reforçadas. “Vamos trabalhar com eles neste sentido, vamos continuar a cooperar como em todos os anos anteriores: ao nível político e, sobretudo, no domínio material, incluindo os recursos energéticos”, salientou.
Nesse sentido, chamou a atenção para a delegação de alto nível daquele país que participou do Spief, liderada por sua vice-presidente, Delcy Rodríguez, que manteve numerosos contatos com congêneres russos.
Sobre uma possível visita do chefe de Estado dessa nação sul-americana à Rússia, Schetinin indicou que tal projeto requer conteúdo prático, razão pela qual as partes estão trabalhando nele.
“O Sr. Maduro é sempre um convidado bem-vindo na Rússia. A visita, claro, deve ser preparada, chegando a acordos específicos, nos quais estamos trabalhando”, disse.
Segundo o responsável russo, atualmente, em termos práticos, o assunto não está em discussão, mas isso não significa que não possa ser discutido no futuro.