O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, rebateu declarações de figuras opositoras que sugeriram iniciar um movimento em favor de um golpe de Estado contra o seu governo.
Os comentários de Petro surgem horas depois de uma jornada de manifestações contra seu governo, realizada neste domingo (21/04) e que teve grande participação popular em apenas três cidades: Bogotá, Medellín e Bucaramanga. Em outros grandes centros do país, como Cali, Barranquilla e Cartagena, não houve atos significativos.
Mesmo assim, os três atos simultâneos realizado no fim de semana levaram alguns setores de extrema direita a convocar novas ações para pressionar o governo.
Um dos defensores dessa estratégia foi o jornalista Felipe Zuleta Lleras, conhecido no país por seus laços com o ex-presidente Álvaro Uribe.
Também usando as redes sociais, ele afirmou que “a única forma de tirar o senhor presidente Petro do poder é com uma ‘greve cívica’, como fizeram com (o ex-presidente Gustavo) Rojas em 1957. Temos que produzir um apagão civil no país. Donos de bancos, de supermercados, transportadores. Por favor, salvemos o país”.
Em sua resposta, Petro afirmou que os setores da oposição ligados a Zuleta Lleras “não conseguem pensar em democracia, são movidos apenas pelo ódio. Para eles, o voto não existiu, pensam em golpe de Estado porque não suportam que o povo pobre e juvenil triunfe”.
“A forma de lutar contra esse ódio é com mais povo nas ruas decidindo. A Colômbia não voltará a ser dos assassinos e dos narcotraficantes. Não ensanguentarão mais o nosso povo e os nossos jovens”, concluiu o mandatário.
O caso mais emblemático foi o de Jorge Eliécer Gaitán, vítima de um ataque a tiros em abril de 1948, quando era o principal líder progressista da Colômbia e potencial candidato presidencial.
Sua morte, que sepultou um audacioso projeto de reforma agrária, é considerada uma das primeiras faíscas do que viria a ser a guerra civil no interior da Colômbia, iniciada alguns anos depois.
Também se destaca o caso da União Patriótica, partido fundado em 1985, e que no ano seguinte, em sua primeira eleição presidencial, obteve 10% dos votos, a maior performance de uma legenda estreante na história do país. O candidato que obteve essa façanha, Jaime Pardo Leal, foi assassinado meses depois do pleito.
Entre os Anos 80 e 90, foram assassinados Bernardo Jaramillo (segundo candidato presidencial do partido), José Antaquera, Manuel Cepeda Vargas (senador e potencial presidenciável), Henry Millán e outras dezenas de militantes do partido, vítimas dos massacres de Caño Sibao (1992), La Chinita (1994) e Mondoñedo (1996).
Uma das poucas sobreviventes dos atentados contra a União Patriótica foi Aída Avello. Após sobreviver a uma tentativa de assassinato em 1996, ela decidiu se exilar.
Meses depois, o advogado do partido, Jesús María Valle, responsável por buscar justiça nos casos dos líderes assassinados nos anos anteriores, também foi morto num ataque a tiros.
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