Petro liga agressão israelense em Gaza e ofensiva dos EUA no Caribe

O presidente colombiano Gustavo Petro vinculou na segunda-feira a ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza aos recentes ataques aéreos no Caribe ordenados pelo presidente dos EUA, Donald Trump, chamando os eventos de uma nova “guerra” no planeta.

“Gaza é uma demonstração do que eles querem fazer nas Américas, no mundo, na África e no mundo árabe. É uma demonstração do poder da barbárie”, enfatizou ele durante um fórum sobre financiamento climático nas Nações Unidas.

Nesse sentido, Petro condenou os recentes ataques de Washington a barcos que supostamente saíram da Venezuela e, apesar da falta de provas, segundo Trump, seguiam em direção ao território norte-americano carregados de drogas.

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“Estamos sendo vítimas disso, porque mísseis caíram sobre jovens desarmados em lanchas rápidas no Caribe latino-americano e não latino-americano (…) Eles estão assassinando jovens com mísseis, a mando de um presidente que é o presidente dos EUA”, lamentou.

Da mesma forma, o chefe de Estado colombiano questionou novamente a “descertificação” de seu país pelos Estados Unidos e acusou a Organização das Nações Unidas (ONU) de ser “cúmplice” de uma política antidrogas que, segundo ele, fracassou porque não se baseia na ciência, mas sim no fato de as substâncias serem produzidas no sul ou no norte global.

“Sou um presidente que teve seu título revogado por um governo estrangeiro… Que direito, segundo o direito internacional, um presidente de um governo estrangeiro pode ter de revogar o título de outro que foi eleito por seu próprio povo? Isso é democracia ou o início da barbárie?”, disse ele durante a reunião realizada à margem da 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU).

Petro critica a descertificação antidrogas dos EUA: é “chantagem colonial” | HISPANTV

O presidente colombiano chama a descertificação antidrogas dos EUA de “chantagem colonial” e diz que a política antidrogas de Trump é “fracassada”.

A certificação é uma avaliação que os Estados Unidos realizam anualmente desde 1986 sobre os esforços antidrogas de aproximadamente vinte países produtores.

• Um Estado viciado em drogas está transformando a Colômbia em um deserto? O consumidor viciado persegue aqueles que fornecem as vítimas.

Em 15 de setembro, o governo dos EUA decidiu remover a Colômbia de sua lista de países que combatem o narcotráfico por ter “falhado manifestamente” em cumprir suas obrigações sob os acordos internacionais de combate às drogas no ano passado, de acordo com uma declaração do Departamento de Estado.

Desde que Trump retornou à Casa Branca em janeiro, as tensões entre os dois países continuaram a aumentar. Esta decisão marcaria um novo capítulo na relação bilateral entre a Colômbia e os Estados Unidos, particularmente em uma questão historicamente sensível para ambas as nações.

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