Tem Brasil no Oscar. Petra Costa foi indicada para concorrer ao prêmio de melhor documentário no anúncio feito pela Academia, na manhã desta segunda-feira, 13, em Los Angeles. Petra estava em Belo Horizonte e comemorou com a família. Contou que Democracia em Vertigem foi o segundo documentário mais visto na plataforma de streaming da Netflix em 2019. Não possui dados sobre a exibição planetária do filme, mas afirma que, de toda parte, “da Índia ao Uruguai”, colheu repercussões muito positivas.
Falando na primeira pessoa, no filme, ela analisa numa perspectiva de classe, de dentro – como integrante de uma família de grandes empreiteiros –, tudo o que ocorreu no Brasil dos últimos anos. O processo de impeachment, a Lava-Jato.
Petra não tem ilusões quanto à história. “O trágico e o gratificante”, ela diz, “é que, ao mostrar o filme em campanha para o Oscar, em Los Angeles, Nova York e Londres, encontrei-me com hosts como Wim Wenders e Spike Lee e todos me diziam a mesma coisa: o público que se manifestou sobre o filme em todo o mundo. Essa história brasileira ganhou ressonância universal. A democracia está em vertigem em todo o mundo, sob a pressão da direita. Sem estado de direito, sem o reconhecimento do direito do outro, a democracia está ameaçada. (Wim) Wenders me agradeceu por ter iluminado não só um momento da história do Brasil, mas da situação planetária.”
E ela acrescenta: “O Brasil tem estado no centro da discussão dos problemas ambientais por causa da Amazônia. Espero que a Academia seja sensível a isso.” Ela ainda não sabe que estratégias a Netflix pretende estabelecer nessa nova etapa da corrida para o Oscar. Só sabe que terá trabalho pela frente.