Em referência às medidas anunciadas ontem à noite na capital de Santa Cruz pelo opositor chamado ‘civil de tendência extremista’, Salvatierra opinou que no fundo, o que acontece é que ele escolheu uma linha radical.
‘Vendeu a Santa Cruz a ideia de que seria fácil tirar o presidente, Evo Morales pela força ? raciocinou ? e agora tem que recorrer a medidas ainda mais extremas, que também serão impraticáveis’, como o pedido de renúncia do chefe de Estado.
A titular da Câmara de Senadores explicou que ficou evidente que Camacho promove uma aventura golpista, que não tem o apoio da oposição democrática.
Indicou que pouco a pouco este opositor se isola em sua violência e em seu radicalismo, e que tanto a Igreja Católica como diversos analistas expressaram que a Bolívia precisa sair desta crise através de um diálogo, com saídas institucionais, longe do golpismo.
Com o pretexto de defesa da democracia, perante milhares de seguidores na atividade realizada em Santa Cruz sábado passado, Camacho garantiu que conseguiria a renúncia do mandatário.
Não obstante, passado o prazo prometido sem alcançar esse objetivo, anunciou nesta segunda-feira a radicalização de suas iniciativas.
Salvatierra recordou que a comunidade internacional não apoia de jeito nenhum as marchas violentas da oposição e a escalada golpista proposta por Camacho e outros comitês cívicos.
Na segunda-feira, Camacho informou que hoje chegará a La Paz para entregar a Morales uma carta pedindo sua renúncia, mas além disso, disse, incluirá um rascunho de sua demissão.
Perante a multidão reunida no Cristo Redentor de Santa Cruz, Camacho propôs entre aplausos a estratégia a seguir a partir das 00.00 hora local desta terça-feira, que consiste na ocupação e bloqueio de instituições públicas.
Argumentou o líder radical que existem as condições para essa medida, depois de aprovar um edital dos policiais que, em suas palavras, será atendido pelo próximo governo e que tem exigências como aposentadoria com 100% do salário dos agentes.
Revelou também que os militares recusaram um suposto ‘bônus lealdade’, porque estão ? segundo sua versão ‘com seu povo’.
Neste contexto, reconheceu que é impossível voltar atrás depois de exigir a renúncia de Morales, e por isso a partir de agora se radicalizam as ações junto a outros comitês cívicos, o Comitê Nacional de Defesa da Democracia e as chamadas plataformas cidadãs.