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sexta-feira, 14 novembro, 2025

Para enxergar a guerra que nos massacra

John Pilger

Por Jair de Souza

Estamos quase chegando ao segundo aniversário da partida eterna de um dos mais respeitáveis jornalistas de todos os tempos. Alguém que, além de sua destacada competência, se caracterizou sempre por seu compromisso com as lutas por respeito e liberdade dos povos do mundo.

O britânico-australiano John Pilger nos deixou fisicamente em 30/12/2023. E faço questão de ressaltar o fisicamente, uma vez que os ensinamentos que ele nos legou durante o lapso de sua vida permanecerão eternamente conosco e com as gerações que nos substituirão.

Ele é um exemplo indiscutível de como o jornalismo pode ser desempenhado com grande dignidade e espírito de justiça. Assim, em sua gloriosa carreira profissional, ele sempre soube colocar a busca da verdade e a defesa da justiça em primeiro lugar. Em sua concepção, o jornalismo deveria ser um instrumento para ajudar aos povos do mundo a conquistarem sua independência e dignidade, e nunca para facilitar sua subjugação por potências dominadoras.

Não por coincidência, as produções de John Pilger serviram para revelar ao mundo muitos dos crimes que os comandantes da grande mídia corporativa dos países capitalistas desejavam tergiversar ou manter ocultas. Suas investigações jornalísticas serviram para lançar luz sobre as lutas de resistência contra o imperialismo de vários povos do sul global, como Vietnã, Nicarágua, Cambódia, Palestina, entre outros.

Em tal sentido, não posso deixar de mencionar aquele que considero uma verdadeira obra prima no ramo dos documentários sobre geopolítica, The War You don’t See (A Guerra que Você não Vê), uma realização de 2010, da qual tive a honra de produzir as primeiras traduções e legendas, tanto em português como em espanhol.

Na verdade, apesar dos mais de 15 anos passados desde seu lançamento, os problemas e reflexões presentes no mesmo mantêm-se plenamente válidos nos dias de hoje. Talvez, a maior diferença que possamos sentir é que os dramas e as desgraças causadas pelo imperialismo se acentuaram desde então. O mesmo podemos dizer em relação com o papel nefasto dos meios de comunicação, agora com o agravamento causado pelos oligopólios que controlam as redes de comunicação digital.

Os horrendos crimes do sionismo israelense contra o povo palestino entraram numa etapa de “solução final” a la Hitler, com o avanço do genocídio de maneira a apresentar como acanhadas as monstruosidades que John Pilger já expunha no citado trabalho. Mais uma vez na história, crianças, mulheres e população civil indefesa são as vítimas prioritárias dos verdugos do momento. Também, para não discrepar com a tendência que vem predominando na Palestina ocupada, o número de jornalistas exterminados pelas forças militares sionistas é superior aos de todos os outros conflitos bélicos já havidos.

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