20.5 C
Brasília
sexta-feira, 26 julho, 2024

Palestina, entre pedras e mísseis

Sdenka Saavedra Alfaro*

HispanTV – Desde a Resolução 181/11 da ONU em 1947, a Palestina tem enfrentado ocupação, demolição e violência israelita. A situação actual em Gaza reflecte crimes de guerra e genocídio.

Desde que a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou o plano de partilha da Palestina, em 29 de novembro de 1947, adotando a Resolução 181/11, que dividiu o território em 55% para os judeus e apenas 45% para os árabes, o povo da Palestina continua a ser vítimas de abusos e injustiças perante a comunidade internacional; Pois bem, esta resolução aprovada há 76 anos lançou a semente para a sua destruição total, e podemos ver isso na sua constante política expansionista com a contínua demolição de casas palestinianas e a ocupação de colonos israelitas, além do ataque mortal, crimes de guerra, limpeza e genocídio que o regime israelita continua a perpetrar contra a Faixa de Gaza neste momento.

Desde o início, Israel não respeitou as fronteiras estabelecidas pela Resolução de Partição que consagrou o estabelecimento de um Estado palestiniano e de outro Estado israelita; uma vez que o regime israelense não apenas ocupou o território proposto para o Estado Judeu, mas também confiscou uma parte substancial do território reservado para o Estado Árabe proposto “Israel aumentou o território do Estado Judeu como havia sido proposto pelas Nações Unidas, de um área de 14.500 km², para uma área territorial de 20.850 km.”

Esta resolução 181 das Nações Unidas, de 1947, revelou-se inadmissível para o povo palestiniano; Bem, deu origem à guerra para criar o Estado de Israel, e isto levou à destruição de centenas de cidades e causou o êxodo em massa da população palestina para os países vizinhos, criando o problema de refugiados mais longo da história contemporânea; já que o povo árabe, que possuía 92 por cento das terras, viu o seu território reduzido a 43 por cento para acomodar a entidade israelense, que em 14 de maio de 1948 seria fundada como um “Estado” ganhando mais terreno com dezenas de assentamentos, o que levou daí em diante até os dias atuais, uma Nakba (catástrofe) continua.

Nesse sentido, o dia 29 de Novembro, o “Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestiniano”, declarado pelas Nações Unidas em 1977 através da “resolução de partição”, que previa a criação de um “Estado Judeu” e de um “Estado Árabe” em Palestina, lembrou ao mundo o fracasso na criação de um Estado independente para a Palestina; Da mesma forma, exigiu o fim da impunidade do regime sionista israelense por crimes de guerra e genocídio.

Já se passaram mais de 55 dias desde o início da agressão israelense contra a sitiada Faixa de Gaza, desde 7 de outubro, onde já morreram mais de 15 mil civis palestinos, a maioria deles mulheres e crianças. Gaza está sob os escombros onde jazem os corpos sem vida de milhares de palestinos, daqueles que ainda não foram resgatados, somando-se a isso os mais de 1.500.000 que foram deslocados. Ao mesmo tempo, observe que foi firmada uma trégua de 3 dias; No entanto, em menos de 24 horas, o regime israelita assassinou mais de 700 pessoas desde 3 de Dezembro, elevando o número de mortos para mais de 16.500, enquanto a agressão continua no momento em que escrevo estas linhas.

Neste momento, a população civil, entre elas milhares de crianças órfãs, feridas, assustadas, traumatizadas, aterrorizadas, continuam a gritar por socorro, as mulheres feridas, angustiadas procuram protecção para os seus filhos, os idosos sozinhos, encontram-se desprotegidos de todas as ameaças internacionais. organizações, sob a hipocrisia da ONU, da NATO, da União Europeia, da Comunidade Internacional; que nada fazem para impedir este genocídio mais letal de todos os tempos.

Portanto, não só a comemoração desta data recuperou um significado especial neste ano de 2023, dados os crimes de guerra e genocídio de que a Faixa de Gaza tem sido vítima nos últimos meses; mas todo ato realizado em seu nome; Porque não só as ruas dos países do mundo foram vestidas com a bandeira palestina, exaltando a solidariedade com o seu sofrimento e resistência, mas também colóquios, palestras, eventos como o realizado na Bolívia, sob a premissa da solidariedade com a Palestina, onde o repúdio às indignidades cometidas pelo regime sionista israelita.

O livro inédito intitulado “PALESTINA entre pedras e mísseis”, dos autores Roberto Chambi Calle e Sdenka Saavedra Alfaro, apresentado no Estado Plurinacional da Bolívia, torna-se um ponto de viragem para dar a conhecer o que o povo palestino que, mesmo depois de 75 anos de abusos, continuam a sofrer hoje os ataques do seu opressor, o recente ataque a Gaza e os milhares de mortes causadas pelos bombardeamentos israelitas, são mais um dos muitos exemplos da brutalidade da potência ocupante na Palestina.

*Sdenka Saavedra Alfaro

Jornalista, escritor, professor universitário

ÚLTIMAS NOTÍCIAS