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terça-feira, 22 outubro, 2024

Organizações populares exigem fechamento real da Minera Panamá

Cidade do Panamá, 15 de janeiro (Prensa Latina) Membros da aliança Pueblo Unidos por la Vida se reunirão hoje em frente aos escritórios do Ministério do Comércio e Indústria (MICI) para exigir o fechamento efetivo da Minera Panamá.

Segundo um dos porta-vozes daquele grupo, Mario Almanza, a manifestação responde à incerteza quanto à execução do plano de preservação e gestão segura da mina de cobre de Donoso (Colón), após uma visita do Executivo à jazida que eles consideraram uma bufonaria

Naquela chamada primeira inspeção técnica da mina, chefiada pelo chefe do MICI, Jorge Rivera, o objetivo era confirmar se a subsidiária da transnacional canadense First Quantum havia realmente cessado suas operações, que eram prejudiciais à natureza.

A respeito da visita, Almanza indicou que os funcionários do Estado pareciam ser membros do conselho de administração da empresa estrangeira.

Relatórios recentes do Centro de Incidências Ambientais (CIAM) apontam perigos existentes no processo de fechamento da Minera Panamá, que não foram revelados pelo Governo.

Para o biólogo Isaías Ramos, do CIAM, é preocupante a falta de um roteiro claro e os riscos associados naquele local onde não há circulação de trabalhadores ou máquinas no local, de acordo com a decisão do Supremo Tribunal de Justiça que no No final de 2023, um contrato assinado com o Estado foi declarado inconstitucional.

O CIAM alertou para a presença de uma cava na mina onde se observa acúmulo de água azul intensa, semelhante à do sulfato de cobre (sulfato cúprico hidratado).

Além disso, algumas paredes da fossa apresentam sinais de reação com a chuva e o ar circundante, podendo ser observadas manchas amareladas acobreadas.

Segundo o documento, esta situação sugere a possibilidade de formação de drenagem ácida com alto teor de ferro e enxofre na área, o que poderia contaminar as águas superficiais e subterrâneas da área.

O CIAM somou a presença de 500 mil toneladas de rocha moída a céu aberto, sem mobilização de equipamentos ou trabalhos de extração e beneficiamento no projeto.

Em relação às cubas de rejeitos, nota-se que existe material abundante proveniente da exploração mineira, o que requer supervisão e gestão constante devido ao seu potencial elevada acidez.

Além disso, recorde-se que o processo de gestão destas estruturas, tal como inicialmente planeado, não é sustentável a longo prazo.

Na mina, actualmente, existem cerca de 132 mil toneladas de material já tratado com até 26 por cento de cobre pronto para exportação, com um valor aproximado de 250 milhões de dólares, armazenados e geradores de emissões de enxofre, acrescenta o estudo.

Segundo o comunicado do CIAM, a falta de especificações técnicas na fiscalização organizada por governantes é questionável, apesar de a ministra do Meio Ambiente, Milcíades Concepción, ter garantido que não há contaminação.

Na semana passada, vários grupos sociais, sindicais e ambientalistas reuniram-se nas portas de entrada da Minera Panamá e exigiram justiça e soberania sobre aquele território nacional, o encerramento imediato das operações da empresa e a cessação dos danos ambientais.

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