Buenos Aires, 17 dez (Prensa Latina) Organizações políticas, sociais e sindicais convocaram para hoje manifestações de protestos contra a política de imposição de decretos do governo de Mauricio Macri, precisamente no dia que cumpre sua primeira semana de gestão.
A essa crítica se somará, certamente, outra contra o ajuste cambial anunciado ontem à noite pelo ministro de Fazenda, Alfonso Prat Gay, que implica liberar o mercado monetário com a eliminação das regulações que controlavam a taxa de câmbio da moeda nacional perante ao dólar.
Tirar as amarras do dólar, como a oposição que agora é dirigente chamou esses controles, significará uma forte desvalorização do peso argentino entre 40 e 50%, com a correspondente perda no valor da renda e poupança das famílias.
O grupo juvenil La Cámpora, dirigido por Máximo Kirchner, filho dos ex-presidentes Néstor e Cristina Fernández, lançou a convocatória pelas redes sociais a uma mobilização na Praça dos Dois Congressos às 18:00 hora local, que será a primeira marcha contra a incipiente gestão macrista.
A ela se somaram o Movimento Evita, o Partido Novo Encontro e o Partido Comunista da Argentina, bem como outras organizações inorgânicas.
A deputada Mayra Mendoza, integrante da mesa de condução nacional de La Cámpora, fez um chamado através de sua conta no Twitter a sair “em defesa dos valores de nossa democracia. Pela liberdade de expressão. Pela divisão de poderes”.
Os manifestantes também se posicionarão contra – adiantou o deputado Leo Grosso, do Movimento Evita – o decreto imposto por Macri para designar dois juízes para completar a Corte Suprema de Justiça, evadindo a norma institucional de apresentar as propostas ao Senado, que deve aprovar com o voto de dois terços da casa.
As manifestações também serão contra a intenção de Macri de modificar a Lei de Meios, uma norma emblemática dos mandatos de Cristina Fernández que garante um equilíbrio democrático na comunicação e informação.
Contra esse decreto, protestará também o sindicato Gremial de Imprensa, que convocou seus filiados a se reunir em frente ao Congresso uma hora antes, às 17:00, para repudiar a tentativa de mudar a legislação e manifestar sua defesa à Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, seu nome oficial.