Porto Príncipe, (Prensa Latina) Os signatários do Acordo de Montana, que reúne centenas de plataformas sociopolíticas no Haiti, criticaram os atrasos e a suposta relutância do Primeiro Ministro, Ariel Henry, em resolver a crise, foi anunciado nesta quarta (22).
Arnel Rémy, que assinou o consenso da sociedade civil para encontrar uma saída para a situação no país, denunciou que Henry não expressou sua opinião sobre as propostas do Escritório de Monitoramento do Acordo de Montana, apesar de ter passado um mês, de acordo com o jornal Le National.
Segundo o advogado, eles ainda não conseguiram estabelecer um diálogo franco, nem acordos que incluam todos os atores da sociedade, como Henry prometeu quando tomou o poder em julho de 2021 após o assassinato do Presidente Jovenel Moïse.
“Em nossos diálogos com Ariel Henry, propusemos a ele suspender a nomeação de juízes para o Tribunal de Cassação, também pedimos a ele que pusesse um fim à organização das eleições que ele havia trazido em seu plano de ação”, assegurou Rémy.
Estas duas forças deveriam ter se reunido no final de maio, após várias reuniões para acordar estratégias de negociação, mas isto ainda não aconteceu, apesar de o país estar se afundando cada vez mais na violência devido à ação de quadrilhas armadas, e as principais instituições, como o parlamento e o judiciário, estarem em crise.
Para Montana, é necessária uma transição de pelo menos dois anos para fortalecer as instituições, estabelecer um clima de paz e estabilidade no país e, posteriormente, realizar eleições.
Henry, por sua vez, defende eleições a médio prazo para legitimar a liderança, mas os planos estão recuando à medida que as gangues restringem o movimento e controlam partes maiores do país.
Na semana passada, perante o Conselho de Segurança da ONU, a representante do órgão mundial no Haiti, Helen La Lime, reconheceu os resultados limitados no estabelecimento de uma visão comum entre os atores nacionais, e admitiu que a possibilidade de um processo eleitoral este ano é improvável.