Quito, 26 de fev (Prensa Latina) O grupo legislativo da Revolução Cidadã (RC) criticou a gestão do governo em matéria de segurança e o descreveu como incapaz de enfrentar a crise que persiste hoje no país.
Em nota, eles destacaram que a resolução aprovada sobre cooperação internacional está longe da proposta inicial do partido governista Ação Democrática Nacional, a quem acusaram de tratar o tema de forma superficial.
“O governo é incapaz de enfrentar a crise que estamos vivendo”, disseram parlamentares da oposição, que também questionaram a falta de liderança e comprometimento do executivo no combate à violência e à insegurança.
A RC também enfatizou que a soberania deve ser defendida com capacidade e liderança, valores que o presidente Daniel Noboa e seu partido não demonstraram.
Na terça-feira, a Assembleia Nacional (Parlamento) aprovou uma resolução que apoia parcialmente o presidente e candidato à reeleição em seu pedido de forças estrangeiras para apoiá-lo na luta contra o crime organizado.
A moção aprovada reconhece os grupos criminosos como inimigos do Estado e insta o Governo a implementar, por via diplomática, os acordos de cooperação internacional já assinados na área da segurança.
Os parlamentares determinaram que os ministros do Interior, Defesa, Governo, Relações Exteriores e outros, devem informar quinzenalmente sobre o andamento das ações e o estado das relações com outros países, como Colômbia e Peru.
Durante o debate, especialistas jurídicos esclareceram que não é necessário um pronunciamento legislativo para buscar cooperação internacional do Executivo.
Nesse sentido, o deputado governista Ferdinan Álvarez reconheceu que não busca nenhum tipo de autorização, mas sim “apoio político”.
O deputado da RC Ricardo Ulcuango enfatizou que não existe um Plano Fénix, nem uma estratégia de segurança abrangente, como proposto por Noboa, e afirmou que o apoio político não resolverá os problemas dos equatorianos.
Outros especialistas acreditam que pedir apoio externo para a segurança é uma estratégia eleitoral do presidente tendo em vista o segundo turno contra Luisa González, da Revolução Cidadã, em 13 de abril.
O governo equatoriano recebeu duras críticas por sua estratégia de segurança devido ao número de incidentes violentos no país, onde mais de mil homicídios foram registrados até agora neste ano.