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Sputnik – Na data em que a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que prevê a criação de dois Estados — um judeu e outro árabe — no Oriente Médio completa 76 anos, a entidade voltou a pedir que a comunidade internacional avance para que a medida seja implementada como solução para o conflito entre Israel e o Hamas.
A declaração é da diretora-geral do Escritório das Nações Unidas em Genebra (UNOG, na sigla em inglês), Tatiana Valovaya, que representou o secretário-geral António Guterres no Dia de Solidariedade ao Povo Palestino, que acontece nesta quarta-feira (29).
“Já passou da hora de avançarmos de forma determinada e irreversível em direção a uma solução de dois Estados, com base nas resoluções das Nações Unidas e no direito internacional”, enfatizou.
A data é celebrada anualmente e, em 2023, teve reforço por conta do conflito que já deixou mais de 16 mil palestinos mortos na Faixa de Gaza em pouco mais de mês. Diversas manifestações favoráveis à causa palestina foram registradas em todo o mundo. No Brasil, houve atos em todas as regiões.
Pressão aumentou após guerra
Desde o dia 7 de outubro, quando o Hamas realizou um ataque sem precedentes contra o território israelense e provocou a morte de 1,2 mil pessoas, a Faixa de Gaza convive com uma das guerras mais sangrentas das últimas décadas.
Apesar da pausa humanitária para a libertação de reféns e a chegada de ajuda à população desde o fim da última semana, os bombardeios das Forças de Defesa de Israel (FDI) já fizeram mais de 1,7 milhão de palestinos da região deixarem suas casas — ou 80% da população local.
Com isso, voltou a crescer a pressão internacional sobre a solução de dois Estados: o de Israel, já implementado, e da Palestina, cuja população até hoje vive em áreas dominadas militarmente pelo país judeu. O plano aprovado na primeira metade do século passado na ONU também prevê o domínio internacional sobre Jerusalém.
Caso o acordo avance, o Estado Palestino iria compreender os territórios da Cisjordânia, com quase 3 milhões de habitantes, e da Faixa de Gaza, que tem outros 2,3 milhões — aproximadamente 5,3 milhões de pessoas. Porém, Israel defende que a região seja desmilitarizada para não ameaçar a sua própria segurança.
Outra disputa é com relação a Jerusalém: os palestinos defendem que a capital do Estado seja Jerusalém Oriental, que inclui os locais sagrados para muçulmanos, judeus e cristãos, enquanto Israel considera a cidade sua capital “eterna”.