Redação do Pátria Latina
Nosso País não nasceu grande. Havia um acordo das potências ibéricas, as maiores da época no Ocidente, dividindo o mundo, e o Brasil era uma faixa litorânea, que perdia boa parte, quase toda, a Amazônia, mas ganhava a foz do Prata e o Uruguai. Seria um país bem menor e com menos riquezas naturais, mineral e vegetal.
Dois fatores fizeram do Brasil este 5º mais extenso país do mundo e dos mais ricos, senão o de maior riqueza mineral e vegetal. Primeiro a União Ibérica, que juntou, entre 1580 e 1640, as coroas de Portugal e Espanha, possibilitando a ocupação das áreas amazônicas e do sudoeste. Segundo a ação dos bandeirantes e outros aventureiros, mestiços, na busca de fortuna pelo interior, sem consideração por limites geográficos. Há, também, quem atribua a ação missionária dos jesuítas, formando as reduções guaranis, no sul do Brasil, mais além das Tordesilhas.
De qualquer modo, ao nos tornamos País formalmente independente, éramos um triunfo para Portugal, que a Espanha não conseguira nas suas terras: um país que mantinha o mesmo sistema de governo e com o filho do anterior proprietário. A fragmentação da América Espanhola facilitou a ação de todos os estados, povos, estamentos e famílias desejosos de açambarcar riquezas e poder naquelas regiões.
A inveja do Brasil foi talvez a causa maior do projeto do arcaísmo como ideologia governamental brasileira. Formamos sociedade agrária com elite mercantil, não fabril; e aqueles que se aventuraram na produção encontraram todos os obstáculos, indo à falência (Mauá) quando não à morte (Delmiro Gouveia).
Para isso contamos com o Império Britânico, que nunca hesitou em matar para manter os outros na escravidão. Foi com esse passado que chegamos ao primeiro movimento libertador: a Revolução de 1930. Que nem bem começava a criar as instituições fundamentais para o desenvolvimento: a educação e a saúde públicas, o trabalho e a indústria, e sofre a tentativa de golpe, com a pseudo-revolução constitucionalista, a revanche inglesa de 1932.
Que estrangeiros não desejassem a concorrência brasileira, até se compreende; mas a adesão de brasileiros, como paulistas e até gaúchos e nordestinos, em 1932, exigia uma interpretação diferente.
A encontramos na pedagogia colonial. Ela estava na acomodação da ignorância, na aceitação da inutilidade da revolta e numa certa paz por ter internalizada a ideia de incapacidade, será por que sempre foi. O conservador, em política, dramaturgo Nelson Rodrigues chamará este sentimento de “complexo de vira-lata”, aceita o pé que o chuta.
Para o período onde o mundo crescia, nós apenas imitávamos, a criação era artística, nunca para transformação da realidade socioeconômica.
E até achávamos que o belicoso Secretário estadunidense, Henry Kissinger, tinha razão ao afirmar que os Estados Unidos da América (EUA) não podiam aceitar “um Japão”, que competia com a indústria dos EUA, “no Hemisfério Sul”. Hoje se repete o mesmo veto, substituindo Japão por China, com agravante de este ser “comunista”.
Derrotada a industrialização pelas finanças com a determinação do Consenso de Washington (1989) e o esfacelamento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1991, caímos no domínio das finanças apátridas e suas aliadas as ONGs do atraso, as defensoras da preservação ambiental, do silêncio dos túmulos, da volta ao homem nu, coletor caçador.
Esta dupla age sem qualquer pudor, sem qualquer culpa, com cinismo e muita, muitíssima corrupção e chantagem.
Vejamos o exemplo recente, dos últimos dias. As ONGs, que dominam parte do poder executivo, do judiciário, incluindo o Ministério Público, e do legislativo, não se sabe se por compra a vista ou intimidação a prazo, procuram por todos os meios impedir o desenvolvimento da Região Norte do Brasil.
A Greenpeace inventou a existência de “corais” na foz do rio Amazonas que seria obstáculo intransponível para que a Petrobrás pudesse procurar petróleo naquela bacia sedimentar, que tem o mesmo nome, mas não está apenas na foz do rio, mas em amplo espaço que vai do Amapá até próxima à divisa do Pará com o Maranhão: Bacia Foz do Amazonas.
Logo o cientista Luís Ercílio Faria Junior, doutor em Ciência Natural pela Universidade Federal do Pará, que estuda há muitos anos a plataforma continental brasileira na Região Norte, denunciou que era inverídica a afirmação desta ONG, fundada para combater o uso do petróleo. A Greenpeace foi criada em plena luta das finanças contra industrialização, em 1971, no Canadá, década das “crises do petróleo”, atualmente tem sua sede em Amsterdã (Países Baixos) e subsidiárias em 55 países, uma imensa e riquíssima multinacional que atua para a estagnação social e econômica do Hemisfério Sul.
Mas não é a única. A WWF, World Wide Fund for Nature, fundada na Suíça 10 anos antes, tem a aristocracia inglesa, Rockefeller e outros das mesmas fortunas, como seus fundadores. Só isso já nos faz temer, pois vivem e viveram seus ancestrais da exploração de nações africanas, asiáticas, latino-americanas, da escravidão e com muitas mortes em suas costas.
Verdade e honestidade são palavras que não se encontram nas ações das ONGs ambientais. Tem o objetivo nítido e insofismável de congelar o desenvolvimento das nações do Hemisfério Sul. Em especial do grande e riquíssimo Brasil que busca um novo surto de progresso e bem estar para sua população.
Despertemos destas ilusões, acordemos para que não sejamos assassinados dormindo. Se o Brasil não cresce, não terá como manter a vida digna para seus 220 milhões de habitantes, inclusive dos índios que as ONGs ambientais fingem defender para mantê-los nus e explorados.